Gauchada, tudo de buenas?
Talvez tu tenha pensado (assim como eu) – como assim inventou o gaúcho? o gaúcho foi inventado?
Pois é, este foi o título da capa da Revista “Na Janela”, uma proposta do Governo do Rio Grande do Sul para servir como revista de bordo para viagens de ônibus no Rio Grande do Sul. Esta edição de 2014, conta com uma entrevista exclusiva com o historiador e tradicionalista Paixão Côrtes e no qual vamos contar um pouquinho e destacar os principais pontos.
A introdução feita por Naira Hofmeister foi ótima e reproduzimos abaixo:
“Já imaginou desembarcar em Porto Alegre e não encontrar uma churrascaria para com um assado? Ser proibido de matear em público e ter as portas da barbearia fechada na sua cara porque o estabelecimento se nega a atender clientes de bombacha? Não faz tanto tempo assim, essa era a realidade da capital do Rio Grande do Sul, que embalada pelas modas europeias e norte-americanas, dava as costas para a cultura que forjou nossa identidade.”
Che, que coisa não? E para seguir o baile, da uma conferida nas principais frases que destacamos nesta entrevista:
Revista: O desejo de resgatar as tradições rurais despertou quando o senhor chegou a Porto Alegre?
Paixão Côrtes: Olha, eu sou um homem do campo. Nasci em Santana do Livramento, tenho vivência pastoril. Quando saí para estudar, em Uruguaiana e Porto Alegre, me tornei urbano e em determinado momento me perguntei: mas afinal, o que é que eu sou? Por que não posso tomar chimarrão? Por que não posso vestir bota e bombacha? Minhas lembranças não têm valor nenhum?
R: Vocês eram recriminados por usarem bombachas?
P.C: Não usávamos porque não podíamos! Bah! Aparecer na janela tomando mate era um pavor! Nem na porta de casa você chegava. Teve um companheiro meu que foi cortar o cabelo e o barbeiro não atendeu porque ele tava de alpargata, bombacha e faixa.
R: Hoje em dia não é muito diferente…
P.C: Mas hoje há uma consciência nacional. O tradicionalismo não é regional, é nacional. Quem pensar em tradicionalismo regional é limitado e já está ultrapassado.
E a melhor frase de todas que destaco, retirando inclusive do contexto che, mas presta atenção que essa tem valor diferenciado:
“(…) você bate no peito e diz “Eu sou gaúcho”, porque você conhece suas origens. É diferente com pessoas que não tem essas heranças. Não podem bater no peito e dizer “sou gaúcho”. Não, você é rio-grandense. Nasceu no Rio Grande do Sul. Gaúcho é um estado de espírito, não é um nascer, é querer ser!”
E quando questionado sobre o culto a tradição nos dias de hoje, ele deu aquela resposta de classe jamais vista:
“O movimento tradicionalista vai se modificando no transcorrer do tempo, não regride, se atualiza com o conhecimento da época. Com isso ele não fica preso ao passado, ele cultua o passado e avança!”
UPA PA PA PA PA!!!
Bueno moçada, com essa encerramos por hoje!
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