Buenas gauchada, como estão?

Não se pode falar de Tropeirismo sem citar Cristóvão Pereira de Abreu. Pois é bem verdade, até não sei realmente o porquê, mas essa figura não ficou “famosa” como tantas outras, e quase não existem nomes de ruas por aí com seu nome… Mas bueno, é pra isso que estamos aqui!

Então pra conhecer um pouco mais sobre o PIONEIRO do Tropeirismo no Brasil, CONTINUA LENDO e depois nos diz se não foi bom saber um pouco mais…

Para começar, é importante destacar que Cristóvão Pereira não era do tipo mais rude antes de começar na lida. Possuía diversas honrarias, frequentava salões da corte, tinha gosto e estilo requintado… Dificilmente se imaginaria que viesse a se tornar a maior figura do Tropeirismo.

“Depois de constituir, numa das mais importantes personagens do ciclo da courama, pelas bandas Cisplatinas, na lusitana Colônia de Sacramento (fundada em 1680), hei-lo, aqui no Rio Grande, como Capitão, já recebendo as divisas de Coronel de Ordenança para dar apoio logístico à fundação do Rio Grande.”

O que aconteceu futuramente, é que graças a sua grande capacidade empreendedora como comerciante, acabou por arrematar o monopólio de couros no Sul do Brasil, desde que pagasse 70 mil cruzados para a Fazenda Real todos os anos.

Com isso, já conhecendo alguns caminhos, passou a tropear animais por todo o sul do Brasil, até São Paulo.

Tropeirismo

Chegou a exportar 500 mil peças de boi por ano, através da Colônia de Sacramento.

Seu grande feito foi estabelecer uma estrada por terra entre os pampas gaúchos e o restante do país, que precisava de gado.

Na primeira viagem, transportou 800 cavalos e mulas, ligando o Sul até Sorocaba.

Na segunda viagem, ampliando e melhorando as estradas, foram 3 mil animais e cerca de 130 tropeiros. Levou aproximadamente um ano e dois meses para a travessia até Sorocaba, e deu início a um novo ciclo na economia gaúcha.

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Futuramente, abriu novas estradas, por outros campos, que acabou dando surgimento a cidades como Santo Antônio da Patrulha, São Francisco de Paula, Vacaria…

Rota do Tropeirismo

Barbosa Lessa escreveu um conto chamado “Um tal Cristóvão Pereira”, no qual retiramos alguns trechos que ajudam a firmar este nome e sua importância:

“Por seu dinamismo de empresário a Colônia de Sacramento se tornou o maior empório mundial de comércio e contrabando de couros no primeiro quartel do século XVIII, chegando a exportar 500.000 peças por ano. Entenda-se: quinhentos mil bois, caçados pelos índios minuanos ou comprados às estâncias jesuíticas, para aproveitamento exclusivo do couro, ficando a carne a apodrecer no chão das vacarias.”

“Cristóvão Pereira era um apaixonado do Rio Grande – nesta época sem nenhuma povoação fixa -, e foi dos primeiros a estabelecer estância, na verde pastagem entre o canal de Rio Grande e a planície de Quintão.”

“Por essa época a ligação entre o Sul e o Centro era feita exclusivamente por navios, que saíam da Colônia de Sacramento (diante de Buenos Aires), tocavam em Laguna e seguiam até São Vicente e Santos. Por terra, ninguém imaginava cruzar, pois entre a planície e o planalto surgiam escarpas praticamente intransponíveis.”

“Mas Cristóvão Pereira sonhou integrar o Continente do Rio Grande ao restante do Brasil. Com admirável senso mercadológico, percebeu que as áridas montanhas de Minas Gerais produziam ouro mas não dispunham de pastagens para criar cavalos e mulas, com isto encarecendo o transporte feito ao lombo de escravos negros.”

O texto se segue por diversos detalhes sobre as estradas, valores e etc… que tu podes encontrar mais informações no livro “Rodeio dos Ventos” de Barbosa Lessa, ou então no livro “Tropeirismo Biriva” de J.C. Paixão Côrtes.

Rodeio dos Ventos

O mais curioso de toda a história de Cristóvão Pereira é a forma com que Barbosa Lessa conclui o seu texto:

“Ou nossa memória nacional é uma vergonha, ou então perdi meu precioso tempo lendo um disparate ou brincadeira de mau gosto de um finado historiado…

Ajudem-me a sair desta dúvida: será mesmo que existiu o tal Cristóvão Pereira?”

Primeiro Tropeiro

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