Buenas gauchada, que tal?

E não é que vamos agauchar todo esse mundo em tudo quanto é idioma?

Pois é essa mesma a proposta de uma moçada que se reuniu e decidiu lançar um livro com contos de nada mais nada menos que João Simões Lopes Neto, em diversos idiomas.

Vimos o post original neste link aqui, e no qual escrevemos abaixo alguns trechos:

“A reunião de contos é organizada por Luís Augusto Fischer, Rosália Neumann Garcia e Karina de Castilhos Lucena. O trio almeja ampliar a divulgação da obra do autor de Contos Gauchescos (1912) e Lendas do Sul (1913) no Exterior.

– Ao convidar os tradutores, falava sobre a noção difundida de que é difícil traduzir Simões devido aos termos regionais. Esse é um tema que gosto de engrenar. Afinal, o que é regionalismo? Ou melhor, ou que não é regionalismo? Macunaíma e Guimarães Rosa podem ser tão regionalistas quanto Simões Lopes Neto – afirma Luís Augusto Fischer.

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O livro foi composto para que pesquisadores e outros interessados em visita ao Brasil possam levar para sua terra a literatura de Simões Lopes Neto (1856 – 1916). Além disso, os organizadores pretendem liberar as traduções para livre acesso de qualquer parte do mundo pela internet.

Além das versões de Trezentas Onças para os idiomas citados acima, há também espaço para Contrabandista (em espanhol), Os Cabelos da China (francês), Duelo de Farrapos (inglês), Chasque do Imperador (italiano), Jogo do Osso (japonês) e O Mate do João Cardoso (russo). Com exceção do texto em alemão, todos os demais foram realizados especialmente para o projeto.

– Todos os convidados têm de algum modo uma relação forte com o RS. Ou é gente que nasceu aqui ou então que morou muito tempo no Estado. O único que não tinha grande ligação era o catalão (Pere Comellas), que mesmo assim já esteve aqui em visita – conta Fischer.

Cada tradutor foi estimulado a dar seu depoimento sobre o processo de trabalho em relação ao conto. Muitos buscaram soluções para suas dificuldades se espelhando em como O Gaúcho Martín Fierro (1872), clássico do argentino José Hernández (1834 – 1886), foi traduzido no idioma que se ocupavam. Já outros buscaram aproximações culturais mais ousadas, como o catalão Pere Comellas, que compara o narrador Blau Nunes aos seus avós maternos, que nunca estiveram na América platina, mas “também acreditaram que o mundo deles, que morria, era o mundo da palavra sagrada, dos homens retos, das coisas simples, o reverso da sibilina moral urbana moderna”. Assim, “guaiaca” virou “sarró”, palavra hoje em desuso na Catalunha, mas usada no passado para referenciar um tipo de bolsa muito comum entre camponeses da região.

– Os depoimentos relativizam a suposta dificuldade de traduzir Simões. Toda tradução tem seus riscos. Isso faz parte do jogo – conclui Fischer.”

Que tal moçada?

#Simões #Contos

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