Retrato da história que envolveu Espanhóis, Portugueses e Indígenas no Rio Grande do Sul.

Na primeira década do século XVII, os Jesuítas começaram a evangelizar os índios, primeiramente próximo ao Rio da Prata em terras paraguaias e na sequência, na região das Missões, na bacia do Rio Uruguai. Tudo ia bem principalmente as relações com os índios guarani.

Os espanhóis atraiam os indígenas com o objetivo de colonizar as terras, e com habilidade, inseriram a religião como um fator pacificador.

O Tratado de Tordesilhas (1494) determinara que aquelas terras pertenciam à Espanha; além do mais, de 1580 a 1640 o Brasil pertenceu a coroa espanhola, portanto neste período não devia haver contenda sobre a posse da área, entre Portugal e Espanha.

Em Tape no Rio Grande do Sul fora criada uma Redução, e, vários povoados surgiram, tais como: São Miguel, São José e São Tomé.

Em 1641, houve entre bandeirantes e Guarani a batalha de M’Bororé ocasião em que os padres fogem do Rio Grande para a Argentina.

Milhares de cabeças de gado foram deixadas no Rio Grande do Sul pelos missioneiros, motivo pelo qual muitos deles retornaram após 11 anos. Durante este período, 18 povoados surgiram na região.

OS SETE POVOS DAS MISSÕES:

Os sete povos das Missões são catalogados assim:

  1. São Borja – Fundador: Padre Francisco Garcia;

  2. São Nicolau – Fundador: Padre Roque Gonzalez de Santa Cruz;

  3. São Miguel – Fundador: Padre Cristovão de Mendoza;

  4. São Luiz Gonzaga – Fundador: Padre Miguel Fernandez;

  5. São Lourenço – Fundador: Padre Bernardo de la Veja;

  6. São João Batista – Fundador: Padre Antônio Sepp

  7. Santo Ângelo – Fundador: Padre Diogo Haze.

O Tratado de Madrid de 1750 resolveu a questão da posse das terras na fronteira, o que pressuponha o fim da peleia entre Portugal e Espanha na região limítrofe do Rio Grande do Sul com a Argentina e Uruguai.

A GUERRA GUARANÍTICA:

Descontentes com os termos do Tradado de Madrid, o qual determinou a entrega da região dos Sete Povos das Missões, – controlada por jesuítas espanhóis – a Portugal, os índios Guarani, de 1753 a 1756, lutaram contra as tropas portuguesas e espanholas.

Sepé Tiaraju foi o chefe dos índios guarani, durante a Guerra Guaranítica. É reverenciado como herói por resistir à opressão dos europeus.

Ficou também clara a liderança dos padres Jesuítas sobre os nativos, uma vez que despertaram neles o amor pelo seu pago e a resistência aos dominadores, tanto assim que morreram lutando bravamente mais de vinte mil índios no referido entrevero.

Passado o massacre na Guerra, as ruínas testemunharam o soerguimento dos Sete Povos das Missões no Rio Grande do Sul. Hoje esta região recebe turistas os quais se encantam com registros acervos e significados históricos.

Sepé Tiaraju
Sepé Tiaraju

Além das fontes e fatos históricos serem impressionantes, esta região representa a fina flor do tradicionalismo gaúcho estampado na música, na literatura, nos usos e costumes campeiros.

Amo escrever sobre este rincão maravilhoso. Um quebra costelas bem cinchado a todos os gaúchos, mormente aos missioneiros.

Oigaletê!

SOBRE O AUTOR:

Dr. Francisco Mello dos Santos. Rondonópolis-MT. Advogado Criminalista, Historiador e Professor de carreira. OAB-MT 9550. Especialista em Direito Penal e Processual Penal. Afeito a tudo que diz respeito ao Tradicionalismo e Cultura Gaúcha.

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