Como assim o que é um ensaio? Não é quando todo mundo se junta para fazer as danças? Para arrumar o que precisa e etc?

Buenas amigos! O ensaio sempre foi e sempre será a rotina grata (e ingrata!) de um dançarino que busca aperfeiçoamento. Não só para Danças Tradicionais, Chula, Danças de Salão – mas sim para todos! É Carnaval? Tem ensaio! É uma apresentação de ballet da filha pequena na escola? Tem ensaio! Apresentação de final de ano? Tem ensaio! O ensaio é parte da rotina.

Paixão Côrtes Galpão Crioulo

O ensaio na verdade, faz parte do cotidiano. Estudar para apresentar um trabalho, é um ensaio por exemplo. Quando queremos contar alguma coisa para alguém, e que seja de extrema importância, “ensaiamos” mentalmente a cena, para então, de fato, executar.

Diego COMPARTILHANDOSobre este assunto, nosso grande amigo lá no nosso FACEBOOK este post! Müller escreveu um texto muito interessante em seu Facebook, no qual transcrevemos abaixo. Espero que gostem, de certeza, veio do coração! E ajudem na divulgação,

A carga que tem essa palavra, dentro de um contexto tradicionalista e da dança, é muito pesada… Às vezes, pelo peso, mal interpretada por muitos, mas tanto levado em conta, despercebidamente, na vida de todos. Agora, final de ano chegando, e final de cargas de ensaios ganhando seus objetivos e retas finais, reflexões nos tomam… e para ilustrar, nada melhor que escrever.

…Em muitos ensaios (hoje foi um deles) me peguei de corpo cansado, repetindo figuras já decoradas e destrinchadas há anos, mas repetindo de maneira exaustiva para não deixar o corpo consumir a qualidade, uma vez já alcançada (pois não somos mais “piás” juvenís). Nessas repetições, também, muitas vezes me peguei com frio, notando que a temperatura do corpo mudava em determinado momento, pois estava chegando a um nível de exaustão que a vontade de ensaiar não permitia que notasse, quase se tornando “febre”. Não foram uma, nem duas, dez, ou vinte… e aí sim que notava que o ensaio estava bom, que valia a pena e o caminho estava sendo bem trilhado… mais do que em pról de algum concurso, mas para me sentir melhor comigo mesmo (como dançarino e pessoa), com nossos objetivos (onde se não consigo aguentar firme o que estou acostumado a fazer há anos, como firmar o passo aos desafios novos que a vida nos dá)… para se sentir bem com os dançarinos que partilhavam aquele momento do meu lado, às vezes também referência aos “instruídos” por mim… mas muito, muito mais por convivência, pois sem aqueles esforços não haveria motivo para estar mais alí… e estar alí com quem dança e dançava junto!

Ensaiei em galpão a vida toda… em galpão emprestado… em galpão velho… em sala de escola, salão de festa, quadra de futebol, em casas, em saguão aberto de faculdade, em garagem de caminhão, em volta de piscina… etc! …a maioria dos lugares sem mordomia alguma… porque na verdade nunca se precisou dela, já que ensaio é esforço e melhora… e tendo quem quer o mesmo junto de ti, a coisa acontece! …e todos melhoram sabendo o que melhorar!

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Não tenho lembranças de como foi meu primeiro ensaio (na mirim do Brazão), em 1990, pois era um piá de 9 para 10 anos. Mas, de lá para cá, nunca parando de dançar (e de ensaiar, portanto), fico hoje tentando imaginar quanto de tempo que se passou em finais de semanas (e dias de semana) dentro de galpões, invernos, calores, sóis ou chuvas. Deixei de ser ensaiado para ser ensaiador, desde as birivas do Brazão de 2000, passando logo depois aos grupos principais. Conhecer e apontas qualidade e pessoas mais qualificadas é fácil e duro ao mesmo tempo, pra quem há anos está na lida. Apontar onde melhorar é necessário. Saber unir individualismos, conjunto, estratégia, criação e clima musical já é um pouco mais complicado… mas temos de aprender na marra. Porém, mais importante que isso, se considerarmos uma média de 6 eventos que se concorre no ano (6 finais de semana) num contexto de 52 finais de semana que há em cada ano (somando tudo), a diferença é gritante… enorme… e impactante.

A intenção de um ensaio nunca foi a de cumprir horário. Ele não serve para se entrar e sair de um galpão sem a noção de onde quer se chegar… mas para termos (cada um) uma consciência de melhor de corpo, repetindo, voltando, trocando, a ponto de se tornar um dançarino melhor, entendendo dos movimentos com mais rapidez e precisão… como padrão de qualidade. Repetirmos para buscar a excelência dentro de cada movimento, mesmo sem perceber. Porém, passamos mais tempo convivendo, abraçando, dando oi, tchau, mateando em intervalos, nos encontrando, vendo amigos irem aos galpões nos assistirem, tudo mais, do que todos os minutos de apresentações e concursos juntos, somados.

Passamos muito mais tempo convivendo do que competindo, para colocarmos a competição como ponto mais alto de nossas vidas e objetivos. Ensaio significa: convivência… abraço!!!

Eu, Diego, que ensaiei a vida toda, digo: é bom ensaiar! Além de você fazer o que se mais gosta nele (que é dançar), alí também se compartilha amizades, se abraça pessoas, se conhece pessoas, se faz as melhores amizades que possuímos na vida, alí casamos, temos filhos, envelhecemos, se conhece os que podemos contar para o resto da vida…

…e, de novo, tudo isso fazendo o que se mais gosta, que é dançar! Portanto… se alguém falar que é só um ensaio, duvide dele!

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#Ensaio #DANÇA

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