Após ser escolhido o Presidente provisório da futura Associação de Instrutores de Danças Tradicionais Gaúchas, Rinaldo Souto conversou com a Estância Virtual com exclusividade!
Buenas amigos, como estão?
No dia 1º de Maio de 2018, ocorreu o 1º Fórum Brasileiro de Instrutores de Danças Tradicionais Gaúchas, na cidade de Porto Alegre.
Contamos um pouco sobre o que seria o evento neste LINK.
Após realização, a Presidência provisória foi definida, e conversamos com Rinaldo Souto, escolhido Presidente.
Segue abaixo um pouco do que foi a conversa:
Estância Virtual: Quais os próximos passos da Associação, agora que foi de fato constituída?
Rinaldo Souto: O primeiro passo é a constituição da Associação de forma jurídica-legal, ou seja, a parte burocrática. Juntamente a isto iniciar o cadastramento das pessoas que estavam no Fórum e propiciar o mesmo aos demais interessados. Também, dar abertura a um canal, via Internet, para efetivarmos a associação desses interessados.
Foto: Rogério Bastos
EV: Como fica a Associação em relação ao MTG? Qual o objetivo e como as entidades conversam entre si?
R.S.: O instrutor, professor, ensaiador e os coreógrafos… todos são tradicionalistas, fazem parte do contexto social tradicionalista. Como diz o ex-presidente do MTG, Manoelito Savaris: “esse tal MTG” somos todos nós! Portanto, não tem porque ter uma relação diferente da que deve permear uma sociedade educada, culta como a nossa. Assim sendo, a nossa relação precisa ser muito boa! Talvez haja um ou outro que não tenha uma relação “tão afinada”, mas isso acontece, também, nas melhores famílias, onde temos parentes que adoramos e outros que não gostamos tanto. Com relação aos MTGs e/ou CBTG o objetivo é buscar, de forma organizada e cordial, a harmonia e a respeitabilidade que todos os associados, que cumprem suas funções com dignidade, merecem. Pois, todos pertencemos a uma instituição tradicionalista e somos devidamente credenciados ao MTG do Estado em que atuamos.
Foto: Rogério Bastos
EV: Quando se pode esperar que ações concretas comecem a aparecer, em benefício da nova classe?
R.S.: Primeiro que não somos uma “nova” classe, todos iniciamos em uma instituição tradicionalista, da qual, fomos ou ainda somos associados e a grande maioria foi ligado a parte artística e/ou social. Assim sendo, vimos essa função ter seu início há muito tempo. Acredito que por força da necessidade do compromisso que a função exige (dias marcados, horários fixos, ensinar em vários estágios e categorias, metas a cumprir e acompanhamento dos grupos em viagens e eventos). Talvez sejam esses os motivos pelo qual que essa função tenha passado a ser remunerada. São inúmeras responsabilidades que nos são atribuídas. Desde a formação de uma criança no nosso meio social até sua formação intelectual.
Ao entrar num CTG a pessoa passa a conhecer a nossa cultura e as nossas causas e vai criando um vínculo quase inseparável com as nossas tradições, passando naturalmente por muitos “estágios”: Componente de alguma “invernada” seja campeira, social, esportiva ou artística. Passado algum tempo, já com “certa experiência” pode até chegar a cargos administrativos e/ou poder ser convidado ou contratado para alguma função.
Por isso, somos TODOS frutos de uma congregação em prol da Tradição Gaúcha, seja na campeira, no âmbito social e/ou artístico. Cada um com a sua função, seguindo no que gosta e faz melhor.
O Movimento é organizado há mais de 50 anos, não só porque tem pessoas competentes e responsáveis dirigindo-o, o é também, porque é feito com amor e responsabilidade por todos nós tradicionalistas. Uns fazendo isso voluntariamente, gratuitamente, outros com funções remuneradas.
Creio que não haja nenhum pecado em remunerar um trabalho honesto e digno, o pecado é fazer qualquer coisa de forma ilícita, covarde e/ou desonesta. Ser professor de dança, gaiteiro, laçador, narrador, músico e ser remunerado não é pecado! Por exemplo: Honeyde Bertussi que trabalhou a vida inteira com a música gaúcha e recebeu “quase sempre” por isso; Gildinho dos Monarcas, sempre homenageado de forma merecida, trabalhou a vida inteira tocando com seu conjunto dentro dos CTGs e justamente recebendo por isso; Edson Dutra do conjunto Os Serranos, a mesma coisa. Nosso maior ícone o Mestre Paixão Cortes quase sempre recebeu por seus cursos e suas palestras… são menos valorosos esses tradicionalistas por que prestaram serviços de forma remunerada?
O laçador recebe prêmio em dinheiro, o narrador de rodeio tem cachê também… por tanto, receber ou doar seu tempo e trabalho, ser contratado ou ser voluntário é uma questão de possibilidade de quem faz e de escolha de quem solicita.
A boa qualidade de qualquer atividade não está atrelada a questão de ser remunerada ou gratuita, de ser com contratados ou voluntários, o mais importante é que quem a desempenhe seja honrado, honesto, competente e capacitado.
Foto: Rogério Bastos
EV: Que tipos de benefícios pode-se esperar?
R.S.: Os primeiros benefícios que vamos buscar serão parcerias. Por exemplo: a maioria tem carro e precisa de um seguro. Se conseguirmos uma parceria com uma seguradora para baixar o custo dos seguros dos carros, já será um ganho. Plano de Saúde, mesma coisa. Se conseguirmos descontos em redes de farmácia, mercados… Ótimo!
Assim que tivermos o número exato da primeira leva de associados, iniciaremos os contatos com essas “possíveis parcerias”. O importante é que consigamos agrupar nossos pares e dar a eles a serenidade e a tranquilidade de saber que eles estão sendo tratados com o respeito e o carinho com que todas as pessoas devem ser tratadas.
Em seguida, daremos início a uma grandiosa atividade conjunta.
Como temos professores em quase todos os CTGs, qual a intenção: fazer um levantamento das necessidades que cada um está enfrentando, ver a condição em que a instituição se encontra com sua documentação de registro, buscar fazer uma leitura para entender os motivos que esta instituição não conseguiu, ainda, buscar um recurso público e tentar, na medida do possível um auxílio.
Para isso, a intenção é buscar junto aos inúmeros advogados que são professores de dança e/ou buscar parcerias com os advogados que são simpatizantes da nossa causa.
Vamos ajudar, tentar fazer a diferença onde de fato acontecem as grandes atividades no meio tradicionalista, as Instituições: CTGs, Piquetes, Departamentos…
Temos que nos ajudar! Porém, não poderemos ajudar ninguém, se não estivermos bem e em harmonia.
Primeiro precisamos nos organizar, coisa que até então não havíamos conseguido fazer. Organizados, vamos tentar auxiliar um ao outro para que estejamos em condição de poder auxiliar o próximo, sempre buscando atender e seguir a Carta de Princípios do MTG. Não temos a menor vontade de fazer algo diferente disto. Somos todos tradicionalistas e não podemos viver a margem das diretrizes de nossa Instituição Maior. Pelo menos essa é a fundamentação da atual diretoria.
Foto: Rogério Bastos
E.V: Quantas pessoas estão já de fato Associadas, ou este processo ainda não iniciou, e em quantos se estima chegar?
R.S.: Tivemos cerca de 90 (noventa) pessoas presentes no nosso 1º Fórum, nossa estimativa é de que tenhamos em torno de 290 associados, assim que seja aberto o canal para que os interessados realizem seu cadastro social. Esse era o número de integrantes de um grupo que previamente enviou e-mail para que fizéssemos um Pré-cadastro. Acreditamos que esse número irá aumentar muito assim que todos compreendam que não há nada de errado em buscarmos união, cooperação e melhores condições de vida.
A associação é uma pessoa jurídica de direito privado tendo por objetivo a realização de atividades culturais, sociais, recreativas etc., sem fins lucrativos, ou seja, não visam lucros e dotadas de personalidade distinta de seus componentes.
Com a aquisição da personalidade jurídica a associação passará a ser sujeito de direitos e obrigações. Em decorrência, cada um dos associados constituirá uma individualidade, e a associação uma outra, tendo cada um seus bens, direitos e obrigações, sendo que há, entre os associados, direitos e obrigações recíprocas.
Bueno moçada, que tal? Mais claro agora? Esperamos que sim, e qualquer dúvida a mais, é possível entrar em contato direto com o Rinaldo para esclarecimentos.
Forte abraço!