Cada vez mais grupos estão aderindo a categoria chamada de Força B no ENART, e qual o motivo?

Já fazem alguns anos que este fenômeno começou a acontecer nas categorias das Danças Tradicionais Gaúchas. Porém, no ano passado, e ainda mais fortemente este ano, ficou bem claro.

Por que o número de inscritos na categoria FORÇA A está cada vez menor, e em contrapartida, os da FORÇA B só cresce?

Esta semana estive conversando sobre o tema com o amigo Diogo Toniazzo, onde nos sugeriu este assunto, que realmente todo mundo está comentando. Poucos dias atrás, eu e a Jéssica também nos perguntávamos sobre isso…

No meu ponto de vista, Guilherme falando, existem diversos fatores diferentes que tem contribuído para esta mudança nos últimos anos. Os grupos estão pensando duas vezes, ao iniciar uma nova jornada, em partir direto para a Força A, em função das dificuldades encontradas – principalmente financeiras.

Para conseguir estar figurando entre os melhores da Força A, é necessário um alto investimento em vocal, instrutor, indumentária, coreografias – e tempo!

A alta necessidade de uma carga horária excessiva de ensaios, faz com que muitos CTGs se afastem desta categoria.

Então pensando nisso, nos fizemos uma pergunta: Se diminuíssem o número de danças para o ENART, será que mais grupos iriam pela FORÇA A, já que poderiam ensaiar menos?

E chegamos a conclusão de que não. A diminuição do número de danças poderia sim fomentar o crescimento no número de inscrições, porém não faria com que os grupos ensaiassem menos. Talvez até fosse o contrário, pois como seriam poucas danças, a “perfeição” seria ainda mais cobrada pelos avaliadores.

Então será que esta diminuição nos grupos, seria por que “sempre os mesmos” estão entre os grupos que são premiados, e isso gera desmotivação entre os dançarinos?

Talvez seja um dos fatores, porém os grupos que estão sempre no topo, o estão por competência, e não só por política como muitos insistem em bater nesta tecla. Em todas edições facilmente se pode identificar o bloco dos grupos que irão para ganhar, o bloco dos grupos que estão buscando espaço e podem ser surpresa e o bloco dos grupos que estão lutando para serem grandes.

Bueno, então o problema está aonde?

Se realmente for sobre a necessidade de muitos ensaios, como mudar este panorama?

A conclusão que eu chego está diretamente ligada a FORMA DE AVALIAÇÃO.

Quando os grupos são avaliados diretamente pelo erro, e não pelo conjunto como um todo, a necessidade de ensaios e “uniformização” da dança continua crescendo.

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Pode mudar a comissão, a direção artística e tudo o mais, mas a forma de avaliação sempre contempla avaliar os grupos pela maior “perfeição” possível.

Esta necessidade de completa uniformização (diferente de harmonização) faz com que grupos que estão iniciando optem por começar na FORÇA B, e quem sabe até nunca sair de lá.

Fazendo um contraponto, olhando para o outro estilo – o FEGADAN – esta carga de ensaios não acontece. Claro, é outra forma de dançar, de ver a dança, e principalmente de interpretar a HARMONIA.

Se entende muito mais a necessidade de “harmonizar as diferenças“, e não de uniformizar o grupo. Com isso, não há necessidade de tantos ensaios como no ENART.

Ah, mas quem ensaia pouco é porque não tem um grande objetivo…

Mentira! Muitos grupos são prova de somente carga horário de ensaio não cria perfeição e nem mesmo naturalidade ao dançar.

Mas temos mais um outro ponto a ser pensado.

É importante que a FORÇA A realmente tenha mais grupos? Será que quantidade é melhor que qualidade? É necessário nivelar os grupos por qual régua? Como era antes, quando não existia Força B?

São pontos que precisamos levar em consideração ao fazer qualquer análise. Eu realmente acredito que tudo passa pela forma de avaliação, que poderia aos poucos ser pensada de forma diferente, para que todos os grupos pudessem voltar a disputar juntos o mesmo espaço, ou então que a FORÇA B fosse realmente para cumprir o seu propósito inicial de agente fomentador de novos grupos.

A realidade é que também a FORÇA B cada vez está tendo maiores investimentos, perdendo um pouco da sua função quando da própria criação.

É assunto que vai longe, mas que precisa ser discutido…

Em janeiro do ano passado, uma proposta para Criação de uma FORÇA C no ENART foi feita, porém não aprovada.

Será que nos próximos anos, a Força A estará perdendo cada vez mais grupos?

Algo precisa ser repensado – e logo.

E pra ti, qual a solução?

#ENART

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