“Nada é completamente original, uma vez que todas as nossas ideias são influenciadas pelo que aprendemos com o mundo à nossa volta.”
Buenas amigos, como estão? Por aqui, tudo certo. Não pareceu Original essa minha introdução, mas foi o melhor para o momento.
E é justamente sobre o livro “ORIGINAIS: Como os Inconformistas Mudam o Mundo” que quero traçar alguns possíveis paralelos com nossas Danças Gaúchas, uma vez que, o livro de Adam Grant ficou no topo da lista do New York Times por um longo tempo, logo, entendo que seja possível sim.
1 – Destruição Criativa: O Arriscado negócio de nadar contra a Corrente
O primeiro capítulo do livro, só pelo título, já nos situa mais ou menos onde o autor pensa em chegar, e o mais engraçado, é que se prestarmos atenção com cuidado, vamos perceber que normalmente os grupos campeões dos grandes Festivais (ENART, FEGADAN, Vacaria…) acabam fugindo do convencional, do feijão com arroz como se diz por aqui…
Como já falado lá em cima no subtítulo, nada é completamente original, mas também não precisamos sempre seguir o CONVENCIONAL. O que distingue a originalidade é a rejeição do que é convencional e a investigação sobre a existência de opções melhores. Ou seja, a pergunta clássica do PODE OU NÃO PODE não vai chegar a lugares altos, visto que a maioria das coisas até podem ser feitas no palco, podem ser usadas… mas será que dentro de tudo que PODE, os grupos estão buscando o que MELHOR SE PODE fazer e usar?
“O ponto de partida é a curiosidade: ponderar por que a convenção existe.”
Mas e por qual motivo os dançarinos raramente estão com um senso crítico relacionado ao que está sendo dançado pelo seu grupo e também pelos demais, no sentido de não aprofundar questões mais técnicas? O autor trás um ponto que pode ser um ponto de partida:
“Os professores costumam discriminar os estudantes altamente criativos, rotulando-os como criadores de caso. Em reação a isso, muitas crianças aprendem depressa a seguir o roteiro, guardando suas ideias originais para si.”
Professores, pensem sobre isso.
2- Originalidade com pé no chão
“No mercado de ações, se você vai fazer um investimento arriscado, trata de se proteger combinando-o com outros que sejam seguros. (…) na vida cotidiana, as pessoas bem-sucedidas fazem a mesma coisa, equilibrando os riscos em seu portfólio.”
Tente sair um pouco da caixa e não achar que esses argumentos só são sobre negócios, empresas e tudo o mais, veja como uma oportunidade de ver o teu grupo de danças, o teu CTG, por outro ponto de vista.
Pense com calma: o que os grupos que ganharam o ENART fizeram nos últimos 10 anos? Será que um grupo conseguiu ganhar “inovando” o máximo possível em tudo? Foi com a Indumentária mais “fora da curva”, fez todas formações muito complexas em todas as danças, mudou todos os tempos de dar as mãos, fez sapateios e sarandeios muito complexos, mudou a música totalmente…? A resposta tu e eu sabemos que é NÃO.
O grupo que ganha é ORIGINAL em alguns pontos e CONSERVADOR em outros, e antes ainda disso, provavelmente fez testes durante o ano e não chegou 100% inovando somente lá na grande final…
E um detalhe importante: só é possível ser Original em algum campo se tivermos ESTABILIDADE em outros.
“Criatividade é se permitir cometer erros. Arte é saber quais deles aproveitar.” – Scott Adams
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3 – Quantidade e Qualidade de Ideias
“Os pensadores originais apresentarão muitas ideias que parecerão anomalias estranhas, becos sem saída e fiascos completos. Mas o custo vale a pena porque eles também criarão um conjunto maior de ideias – principalmente novas ideias.” – Robert Sutton
Normalmente quem está no comando de um CTG, ou principalmente de um grupo de danças, tem um “pavor” por novas ideias, sendo pior ainda com novos integrantes. É fácil se entender, principalmente porque normalmente 90% das ideias e sugestões já foram pensadas, e inclusive muitas delas testadas. Entendo bem desse tópico em específico pois acontece todas as semanas nos meus negócios e o caminho natural é aquela virada de olho padrão, já cansado da ideia nova mesmo antes de ouví-la.
O desafio é entendermos que as MELHORES ideias surgem justamente da QUANTIDADE de ideias, independente da qualidade em si. É aquele famoso Brainstorming, ferramenta amplamente utilizada e estudada em qualquer curso das Ciências Sociais. A lógica é bem simples: muitas pessoas, muitas ideias, combinando as que fazem sentido e com isso, criando algo novo o resolvendo algum problema de forma criativa.
A falha é justamente não aceitar essa quantidade de ideias principalmente por excesso de confiança dos gestores. A confiança faz com que tenhamos algumas falsas intuições acerca dos assuntos e já vamos filtrando com nosso filtro de julgamento (misturamos a ideia com a pessoa, e se uma não casa com a outra, já tendemos a ter uma definição se vamos querer seguir com a ideia ou não). Mas como explica o pesquisador Erik Dane, “nossas intuições só são precisas nos campos em que temos bastante experiência.” ou seja, por acharmos que entendemos muito do assunto X, quando opinam sobre Y nós também acreditamos que nossa INTUIÇÃO sobre aquilo vai ajudar, o que não é verdade.
4 – Frases Complementares para Pensar e querer ler o Livro
Bueno, para não me alongar tanto nos detalhes, vou deixar abaixo frases que destaquei ao longo do livro e que podem chamar a tua atenção. Sugestão: compre o livro e aprofunde os tópicos.
“Quando você está vendendo uma nova ideia ou fazendo uma sugestão de mudança, é provável que seu público seja cético.”
“Isso explica por que é tão frequente comunicarmos nossas ideias de forma insuficiente. Elas são tão familiares para nós que subestimamos o tempo de exposição necessário para que os outros as compreendam e se convençam delas.”
“Seja qual for sua fonte de insatisfação (…) você tem uma escolha entre desistir, discutir, persistir ou negligenciar.”
“Para ser original não é preciso ser o primeiro. Basta ser diferente e melhor.”
“Nossos melhores aliados não são as pessoas que sempre nos apoiaram. São aquelas que começaram contra nós e depois mudaram de lado.”
“Se não for original o bastante, é chato ou batido. Se for original demais, o público pode ter dificuldade de entender. O objetivo é esticar o elástico ao máximo sem que ele arrebente.”
“O pensamento de grupo é inimigo da originalidade: as pessoas se sentem pressionadas a se adaptar às ideias dominantes e estabelecidas em vez de defender a diversidade de pensamento.”
“Para resolver problemas e tomar decisões com sabedoria, os grupos precisam de ideias originais e pontos de vista conflitantes, ou seja, é preciso cuidar para que seus membros não fiquem muito amiguinhos.”
“Aquilo que te trouxe até aqui, não vai levá-lo até lá”
“Antes de criticar qualquer pessoa você deve calçar os sapatos dela e caminhar por um quilômetro.”
“Argumente como se estivesse certo e ouça como se estivesse errado.”