O FEGADAN foi criado pelo Movimento Tradicionalista em 2014 e está buscando espaço.
A história do FEGADAN, para ser contada com maiores detalhes, precisa de uma contextualização um pouco mais longa.
É preciso voltar lá nos idos dos anos 80… O Rodeio é o de Vacaria.
RODEIO DA VACARIA 1980 A 1986
Mais ou menos, entre os anos 1980 e 1986, o Rodeio da Vacaria era avaliado basicamente por pessoas ligadas ao IGTF (Instituto Gaucho de Tradição e Folclore) – que na época estava em alta, diferente de hoje… Quem puxava a frente era o Sr. Térson Praxedes.
Na época, o CTG Porteira do Rio Grande, que organiza o rodeio, acabou se tornando bicampeão, o que gerou uma certa polêmica em relação a avaliação.
Os patrões nesta época foram: João Walday Lourenço Duarte (1980 a 1982), Firmino Antônio Jacques branco (1984) e Pedro Gelson Almeira Peroni (1986).
RODEIO DA VACARIA 1988 E 1990
Então em 1988 e 1990, o Rodeio passou a ser avaliado por uma comissão “mista”, sem uma equipe ou outra puxando a frente, mas sim pessoas com “escolas” diferentes. Nessas duas edições o CTG Barbicacho Colorado de Lages se tornaram o primeiro grupo de fora do Rio Grande do Sul a vencer o evento, sob responsabilidade técnica da instrutora Carla Arruda.
Os patroões desta época foram: Percy de Almeira Guerreiro (1988) e Flávio Guazzelli (1990).
A FAMOSA CARTA DE VACARIA
Mesmo com esta comissão mista, o folclorista João Carlos Paixão Côrtes ainda não estava contente com a forma com que os Centros de Tradições Gaúchas estavam dançando durante as apresentações. Foi então que decidiu fazer um primeiro Seminário no dia 31 de Maio de 1991, na cidade de Vacaria, a fim de buscar um modo mais “rural” de se danças, sem tanta uniformização. Após este, realizou em 25 de Novembro na cidade de Camboriú, durante o III Congresso Brasileiro da Tradição Gaúcha, outro Seminário sobre o mesmo tema.
Então, seus ensinamento acerca das danças tradicionais gaúchas se tornaram referência para a unificação dos modos de avaliação da época, em diferentes rodeios e festivais, como a própria Carta de Vacaria (assinada por diversas lideranças dos CTGs da época) já dizia:
“Quanto ao aprofundamento do termo CONCURSOS ARTÍSTICOS, considera-se urgente reivindicar, principalmente, a uniformização de tais concursos, de forma que em todos os eventos da mesma natureza seja respeitado e exigido o preenchimento dos mesmos requisitos, sejam considerados os mesmos critérios de julgamento, através de uma planilha única. Tais regulamentos, uniformizados, seriam aplicados por comissões sugeridas pelas coordenadorias ao MTG e IGTF e formadas por pessoas habilitadas intelectualmente, competentes e idôneas, estabelecendo-se assim até mesmo maior credibilidade nos concursos, quando de sua relação nos Estados que ratificam este documento, representados no I SEMINÁRIO NACIONAL DE DANÇAS GAÚCHAS.”
QUANTOS CONCORDARAM COM A CARTA DE VACARIA?
A Carta de Vacaria, de 142 instrutores presentes no Seminário, foi assinada somente por 16 desses, sendo eles os Srs.: Rui Arruda Antunes, Mário Arruda Antunes, Ramiro Amorim e Tadeu Alves de Lima, de Santa Catarina; Gentil Fernandes Nery, Paulo Santos, José Guaracy, Ana Catarina Pacheco, José Adil Alves, Mário Bandeira, Luiz Edgar Branco, Maurício Machado da Silveira, Clóvis Leandro Lopes e Antônio Adalmir Alves, do Rio Grande do Sul; Zaira Padilha, do Paraná; e Liberto Portes, do Mato Grosso do Sul. Tanto o Seminário com J.C. Paixão Côrtes, a Carta de Vacaria como o XIX Rodeio de Vacaria, de 1992, foi administrado pelo patrão Nilson Benedino Silveira Hoffmann, também organizador do Rodeio de Vacaria em 1994.
Entende-se então, que a grande maioria não optou por seguir os “novos padrões” de danças propostos por Paixão Côrtes, mantendo o padrão já dançado na maioria dos festivais, como por exemplo, no FEGART de Farroupilha, que mais tardar se tornou o ENART em Santa Cruz do Sul.
COMO FICOU O RODEIO DA VACARIA?
A partir da Carta de Vacaria, assinada por 16 instrutores, os eventos no RS, SC e PR foram se tornando “unificados”, com regulamentos parelhos e próximos, tendo este formato de regulamento estendido ao Rodeio de Vacaria de 1992 a 2000, sofrendo alterações somente em 1996, quando as danças do Achegas (Danças Tradicionais Rio Grandenses) foram inseridas ao processo, por primeira vez.
Paixão Côrtes avaliou o Rodeio de Vacaria de 1992 a 1998, sendo que em 2000 avaliou somente o concurso de Danças Birivas do mesmo, não avaliando as danças tradicionais.
Os patrões do CTG Porteira do Rio Grande nestes eventos foram os Srs.: Luiz Carlos Bossle da Costa (1996), Luiz Cláudio Vieira (1998) e Emiliano Cilon Silveira (2000).
Os campeões foram: CTG Minuano Catarinense (São Joaquim/SC, em 1992); Grupo Nante Arruda, do CTG Vovô Florian (Caxias do Sul/RS, em 1994); CTG Os Praianos (São José/SC, em 1996 e 1998); e CTG Planalto Lageano (Lages/SC, em 2000).
A CRIAÇÃO DO FESTIVAL NACIONAL DA CULTURA GAÚCHA – FNCG
Em 2000, após o Rodeio de Vacaria, surgiu o FNCG, evento organizado pelo Porteira do Rio Grande com outros CTGs e instrutores, modelando um novo formato de regulamento ao Rodeio de Vacaria, levando sua equipe de avaliadores também ao palco do Rodeio de Vacaria, num formato que se estendeu de 2002 a 2008, com novas formatações de blocos, danças, sorteios, quantidades de danças, etc… dando a permissão ao Campeão em estar diretamente na final do Rodeio da Vacaria.
Os patrões do Porteira do Rio Grande nessas edições já foram: Emiliano Cilon Silveira (novamente em 2002 e 2004), Adroaldo Schales de Vargas (2006) e Adroaldo Schales de Vargas (2008).
Em 2002 o grupo campeão de danças adulto do Rodeio de Vacaria foi o Grupo de danças da ULBRA (Canoas/RS); em 2004 foi o CTG Porteira do Rio Grande (Vacaria/RS) e em 2006 foi o CTG Rincão da Lealdade (Caxias do Sul/RS).
Em 2008, o fato curioso foi que a avaliação das Adultas e Veteranas foi pela equipe de avaliação do FNCG e as danças Mirim e Juvenil por outra equipe, que avaliava seguidamente outros rodeios na época. Na adulta, o campeão foi o CTG Aruá de Caxias do Sul.
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RODEIO DA VACARIA 2010 E O NOVO FORMATO
Em 2010 houve outra alteração no formato do Rodeio da Vacaria. A partir da entrada do patrão Luis Schons, a entidade reformulou o regulamento e o formato.
Com essa mudança, Paixão Côrtes voltou a dar um curso nas dependências do CTG Porteira do Rio Grande.
A grande mudança no regulamento se deu na tentativa de atrair mais grupos participantes, diminuindo o número de danças de cada bloco, e aumentando então, o número de blocos, além de aumentar o número de danças a serem escolhidas, possibilitando uma flexibilidade maior aos grupos de danças.
A nova fórmula foi elaborada pelo Sr. Rui Arruda Antunes.
Sobre a avaliação, foi definido uma comissão “mista” novamente, sem puxar para uma frente de danças ou outra, agregando pessoas que avaliavam as diferentes formatações e vertentes. A equipe foi composta por um avaliador do ENART (que esteve presente no curso de Paixão Côrtes em Vacaria), um avaliador do FNCG e um avaliador que seguiu sempre os cursos de Paixão Côrtes. Os avaliadores foram Toni Pereira, Rodrigo Pascoali e Adelar de Miranda.
Em 2010, o CTG Aruá sagrou-se novamente campeão.
O curioso do resultado, é que os três premiados dançavam com características distintas: CTG Aruá, CTG Pampa do Rio Grande e CF Os Rio-Grandenses.
Ola Guilherme!
tem algum lugar onde ha registros (fotos ou vídeos) das danças do rodeio de 1996? eu dancei nesse rodeio e gostaria de ver.
Att,
Luciane