“Tchê, como assim tradicionalismo nas escolas? Como vai ser isso? Qual a previsão? Já não existem os CTGs com essa função? Será que vai pegar mesmo?”
Buenas indiada, tudo bueno? O assunto de hoje é um pouco delicado, porém é um ponto de vista que deve ser observado, e não podemos deixar de comentar sobre.
Seguindo a nossa Prosa com o Paixão, me deparei com uma frase que me chamou muito a atenção dito pelo Paixão: “nosso folclore é paupérrimo!” Baseado nessa afirmação, comecei a aprofundar o assunto, e eis que saiu este texto. Te prepara vivente, que vem sal grosso nas feridas!
Como de costume, um jornalista questionou o Sr. João Carlos Paixão Côrtes sobre o conservadorismo do movimento tradicionalista. “Pela visão exterior, isso acaba afastando muito as pessoas, que não querendo se sentirem ‘ultrapassadas’, acabam deixando de lado uma série de coisas que fazem parte da tradição e da cultura gaúcha, como por exemplo o uso de bombachas no cotidiano, e não só por jovens, mas até mesmo pelos adultos”. Então com base nas colocações do Jornalista, o Paixão salta com a resposta logo de susto:
“São vários os ângulos para serem enfocados. Um é que nós não conhecemos nem o que vestimos, nem o que comemos, nem o que cantamos ou dançamos. Isto porque nós não recebemos na escola de 1º e 2º Graus, instrução sobre as coisas tradicionais do Rio Grande do Sul. Então o que acontece é que as pessoas tem necessidade da sua cultura, da sua herança, para se integrarem. E estas pessoas tem dificuldades na evolução da sociedade, que deixou de lado estes padrões, para se incorporar ao desenvolvimento. Porque é ‘feio’ não acompanhar a evolução! O ‘importante’ é estar na ‘onda’, na ‘moda’. Quando se vai ao Nordeste, se encontra o folclore vigente a todo momento no cotidiano, o que não se verifica aqui.” (CÔRTES, PAIXÃO, 1981.)
Foto: ClickRBS
E para arrematar a pergunta do jornalista, Paixão emenda: “Analisando, o folclore do Rio Grande do Sul é pobre ou rico?” e o jornalista responde: “é pobre.” E assim, Paixão conclui o assunto:
“Paupérrimo em manifestações populares. É rico no culto das tradições. Prova disso é que só se valoriza melhor as coisas no momento em que se começa a perdê-las. Se os Centros de Tradições não estão bem estruturados, não quer dizer que os nossos cultos e a nossa tradição não mereçam um posicionamento. O argentino e o uruguaio dançam as suas danças folclóricas de roupa cotidiana ou de smoking, como os europeus em seus países. Agora eu pergunto: no Rio Grande do Sul, quando se toca uma música gauchesca, alguém sabe cantar? Alguém vai sair dançando? Tem vergonha… Só dançará se estiver “pilchado à gaúcha”. Ou às vezes, obrigam as pessoas a se ‘fantasiarem’ com o nosso traje campesino para participar do baile.” (CÔRTES, PAIXÃO, 1981.)
Fonte: Divulgação Facebook
Pois é che, o que falar sobre isso? Lembrando que, são declarações da DÉCADA DE 70!!! Claro, não podemos generalizar. Hoje a música está mais bem difundida e um pouco da dança também. Existem escolas que trabalham a Tradição Gaúcha? Sim, poucas…
Porém, se for avaliar como um todo, ainda é pouco ou quase nada. Na escola principalmente, que é a fase que normalmente a gurizada que dança em CTG muitas vezes acaba querendo parar, sair do CTG, porque seus colegas acham motivo de chacota estar dançando. E o motivo disso? A Escola não incentiva em NADA!
Para não dizer que não fazem ABSOLUTAMENTE NADA, na Semana Farroupilha falam um pouco sobre chimarrão e arroz de carreteiro. As mais avançadas no ‘culto a tradição’, tocam o hino quem sabe… Isso se não tiver assuntos mais importantes a tratar com o aluno.
Isso é uma regra geral, mas é claro que existem as exceções. Algumas escolas fazem um trabalho forte junto ao município, trazendo os CTGs para dentro das escolas, ou então, os próprios professores de Educação Física aprendem para poder ensinar a criançada.
E aliás, sobre apenas dançar quando se está pilchado, é algo totalmente atual, seja do guri ou da prendinha mais nova, até o pessoal da adulta. Como disse o Paixão, é feio não estar na moda…
Mas para concluir, deixo um pequeno desabafo. Não podemos cobrar dos jovens e adultos que proliferem nada relacionados ao tradicionalismo, se não for algo visto e incentivado na infância.
É muito difícil que alguém passe a gostar da causa, se não tiver incentivo, seja dos pais ou da escola. E tudo começa lá, no momento que estamos nos moldando futuros cidadãos…
Fica o recado aos futuros pais que estão lendo, quem sabe tenha uma parcela de professores também por aqui e que deve pensar com carinho no assunto, e por aí vai!
Fonte: Divulgação Facebook
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