Festival de Danças Gaúchas, considerado um dos maiores das Américas, está parado no tempo.

Buenas gauchada, firme?

Uma crítica pontual ao modelo do ENART.

Talvez saudável, para que possa ser repensado (como já está sendo dentro do MTG).

Ou quem sabe um texto que receberá duras críticas

Para quem não sabe, dancei algumas edições (2010 a 2015), então parei um ano, e agora danço o FEGADAN, ou “campeiro” mais popularmente conhecido.

E como quem vê de fora, e apenas discute o Festival, percebo algumas diferenças e dúvidas.

Dúvidas que não são só minhas, mas também de muitos instrutores antigos, muitos dançarinos e coreógrafos, porém pouco se fala sobre.

Foto: TV Tradição

O ENART está perdido“. O próprio presidente do MTG, Nairo Callegaro já disse em diversos eventos, que seu modelo é falido.

Até 2016, os grupos só participavam dos rodeios em que a comissão avaliadora fosse a do ENART, em busca de atrair as planilhas e assim corrigir seu grupo para a final.

Dessa forma, rodeios menores morreram.

Ano passado, foi mudado, onde a comissão do ENART só avaliou o ENART. Duras críticas foram feitas, pois dessa forma o grupo não poderia se “preparar” bem para a Final.

Com isso, diminuiu também a pressão que as comissões avaliadoras sofriam logo após os rodeios, pois os instrutores, mesmo que de maneira velada, sempre cobravam respostas da comissão, do porquê disso e aquilo.

Enfim, não é sobre isso o foco do texto.

A questão é que hoje o ENART não cultua as Danças Gaúchas.

As danças “tradicionais” são mais fruto de criações dos instrutores frente as “brechas” que cada atualização do Manual de Danças do MTG acaba dando, seja por uma vírgula no lugar errado, ou então por novos estudos que foram feitos e decidiram alterar.

O Manual está em constante atualização, mudando a forma da dança conforme cada comissão entra ou sai.

Um ano pode dançar danças de pares independentes em blocos, no outro não. E quem decide isso? Uma comissão.

Porém, onde está a busca pela essência? Pelo que realmente se dançou nos tempos de outrora? Parece que isso pouco importa…

Os grupos não possuem identidade alguma, ou então “respeito” com as danças. O importante é criar…

E criação, não combina com autenticidade.

Então, se o ENART não tem foco nas danças tradicionais, onde o verdadeiro espetáculo e importância dos grupos está nas coreografias, porque o festival não foca nisso?

Por que manter as danças tradicionais, se elas são o segundo plano?

Alguém questionará: “ah, mas o que dá o título são as danças tradicionais, só elas são avaliadas.

É aí que tu se engana! Quantos grupos já foram campeões com danças medianas, porém com coreografias fantásticas?

Se o foco é o show, então valorizem quem realmente faz o show!

As coreografias são fantásticas, porém poderiam chegar em um nível ainda maior!

Ou então, deixem claro e mudem a forma de avaliar, colocando peso para o resultado final também nas coreografias, assim a criação se potencializa!

Quem sabe dessa forma, o ENART se torna reconhecido mundialmente como um dos maiores festivais de criações coreográficas do mundo…

Hoje o ENART não é tradicional, e tampouco reconhecido pela grandeza das suas coreografias…

Precisamos pensar, rever valores e entender o que queremos levar adiante. Essa discussão não é de hoje. Lá nos anos 90, o próprio Paixão Côrtes decidiu rever o festival, e saltou fora…

O ENART e o FEGADAN são coisas totalmente distintas. Cada um tem o seu foco, como já falamos em outros textos.

Um não precisa morrer para o outro existir, mas sim, os dois precisam ser potencializados cada vez mais!

O que queremos deixar como legado?

#ENART #DANÇA

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