A interpretação nas Danças Tradicionais Gaúchas é um dos pontos essenciais para que um boa apresentação seja feita.

Sempre recebemos diversas perguntas sobre Interpretação Artística e sugestões de temas a serem trabalhados. “Como melhorar a Interpretação de grupos que estão começando” é sempre um assunto reincidente e dúvida para muitos que nos procuram.

Resolvemos então conversar com algumas pessoas que trabalham diretamente ligadas a instrução de Danças Tradicionais Gaúchas, a fim de trazer pontos que são levantadas durante seus próprios ensaios.

Conversamos com Cristiano Barbosa – autor do livro “Bailar Gaúcho: Entre a Técnica e o Sentir“, Toni Pereira – autor do livro “Danças Tradicionais e Folclóricas: uma proposta Pedagógica”, Diego Muller – instrutor campeão de 3 edições do FEGADAN (Festival de Danças Gaúchas) e Alex Fernandes – instrutor e coreógrafo de grupos estilo ENART.

DICA #1: ALEX FERNANDES

alex fernandes

O que eu sugiro sempre é para conhecer o momento de cada dança e que personagem você está representando. A interpretação é algo subjetivo e pode ser bem executada de varias maneiras diferentes, mas se for baseada no ciclo coreográfico e dentro da proposta do grupo, existem mais possibilidades da sua interpretação estar agradável e coerente.

Para que a boa interpretação ocorra de forma natural, gosto de dizer para meus alunos pensarem numa frase que caracterize bem aquele momento que está ocorrendo na dança; Exemplo: quer dançar comigo prenda?

Durante uma introdução de dança de minueto, se o peão pensa nessa frase de forma elegante e respeitosa, automaticamente o corpo e o rosto correspondem na parte interpretativa, dando mais sentido a cada gesto, e eliminando alguns movimentos de braços que, por vezes, não fazem nenhum sentido. O ideal é sempre buscar sentido e intenção, assim seguimos semeando nossas tradições e retratando o verdadeiro gaúcho.

DICA #2: CRISTIANO BARBOSA

cristiano barbosa

A dança é feita com prazer. Foi o prazer que a fez perdurar através dos tempos e gerações, mesmo quando nenhuma necessidade utilitária era reconhecida…

Interpretar é sentir. Sentir é arte. E, se a dança não é interpretada, ela não é denominada arte. Há uma forte afirmação sobre considerá-la arte, a partir do viés de apresentar algo que transite entre dois importantes patamares: a técnica e a alma, ou seja: unir esses elementos a fim de viabilizar tanto o artista quanto o público; a honestidade do trabalho, dada por intermédio da interpretação.

Sendo assim, a interpretação gera expressão que transforma uma apresentação, ou seja, um momento íntimo do espetáculo que é transparecido para e com o público. Dessa forma, a dança é como um jogo: o grupo apresenta a sua intimidade para o público e esse recebe a informação, mas também devolve esse jogo com o olhar, como sentimento e se torna parte da apresentação.

Para saber mais sobre o assunto, indicamos o livro escrito pelo autor.

DICA #3: TONI PEREIRA

toni pereira

A “Interpretação na dança pode ser entendida como ação ou efeito de expressar sentimentos, representar, dar vida aos movimentos exteriorizando as emoções”, ensinam os autores. Portanto, a interpretação não pode ser descrita, não pode ser padronizada, não comporta regras definidas e imutáveis como é o caso da correção coreográfica. A Interpretação é mutável e se reinventa a cada momento.

Cabe a quem avalia, entender o contexto e procurar transportar-se para “dentro do ambiente” pois a interpretação não pode ser aquela que o avaliador quer que seja, mas aquela adequada para o momento em que a dança está sendo apresentada.

Para saber mais sobre o assunto, indicamos o livro escrito pelo autor.

DICA #4: DIEGO MÜLLER

diego muller

A maior dificuldade que percebemos no alunato, nos profissionais, instrutores e “avaliadores” da nossa cultura, é a falta de expressividade presente no trabalho ao bailarino (expressividade como um todo – e, de novo, não necessariamente virtuose). O que aqui apresento como expressividade é o casamento entre o SENSÍVEL do artista e a TÉCNICA harmônica, articulando através da dança uma interpretação que poderíamos chamar aí de COMPLETA, onde o olhar caminha junto com o movimento e com a música… e o público se torna verdadeiramente receptor deste acontecimento.

De modo geral, os dançarinos não se autoconhecem hoje em dia. São trancados. Não se libertam, inventando então “interpretações” forçadas e, principalmente, “não gaúchas”, caricatas (já que exagero também é um “erro” muito grave de interpretação) ao nosso meio rural e crioulo.

Então gauchada, ajudou um pouco? Se tiverem interesse em ler um pouco mais sobre DANÇAS TRADICIONAIS GAÚCHAS, ou então PENSAMENTOS DE PAIXÃO CÔRTES referente ao Tradicionalismo e a Dança de forma geral, é só clicar nos links que lá tu vais ter muito mais conteúdo.

Abraço!

#Interpretação #Dança #Danças

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