Na metade de 2018, logo após a Convenção Tradicionalista, escrevi numa rede social o texto que segue logo mais abaixo. Creio que tenha sido umas das primeiras manifestações acerca da eleição do MTG que aconteceria neste janeiro. Na ocasião, tornou-se público os nomes daqueles que iriam liderar as chapas para compor o Conselho Diretor do MTG.
No período que seguiu pós Convenção muitas outras manifestações pessoais surgiram em favor de ambos os lados, vindas de centenas de pessoas de diferentes idades, principalmente nas redes sociais. Geralmente em época de eventos oficiais as publicações focavam mais em críticas e acusações, do que nos planos de ação, no debate de ideias ou mesmo nos elogios (nem tudo foi um fracasso em 2018, certo?!). O que ocasionou um clima de disputa que obrigou as pessoas escolher um lado, ao invés de serem bons tradicionalistas em prol de uma construção coletiva.
Apoiar um candidato ou outro seria um processo natural. No entanto, atacar uns aos outros, virar a cara e apontar dedos, como se existisse apenas um lado certo e promissor, chamo de hipocrisia. No nosso meio, verifico com muita frequência o complexo de “memória curta”, seguido por críticas maldosas a acontecimentos e tropeços que são naturais ao processo, como se o passado fosse perfeito e íntegro.
As pessoas parecem esquecer que chegamos até aqui numa construção contínua, por vezes houve retrocessos, outras vezes perdemos a oportunidade de alavancar ainda mais nossa atuação por questões que seriam mais pessoais do que administrativas. Mas enfim, chegamos até aqui, e chegamos bem. Podemos melhorar? Sempre! Para isso, seria aconselhável praticar a união de esforços e os debates sadios que podem resultar em boas tomadas de decisões, passíveis de sucesso.
E se tu, assim como eu, não sofre do complexo de “memória curta”, espero que me ajude a colocar em prática e cobrar das nossas lideranças os belos discursos em microfones e os incríveis textos nas redes sociais, em que se enfatiza o fato de que somos todos tradicionalistas em busca de um objetivo comum maior, que não podemos desistir dele e não o faremos. Se no final de tudo isso permitirmos que sejamos definidos por uma chapa, quem perde é o movimento. E tudo que ouvi que nos últimos meses é que estávamos unindo gerações de coração pela tradição pelo bem do movimento.
Nesta segunda-feira pós Congresso, gostaria de relembrar aquelas palavras do último julho. Gostaria ainda de parabenizar todos os envolvidos no processo eletivo que externaram seus planos de ação e se colocaram a disposição para a árdua tarefa de guiar o MTG no ano que segue. Por mim e pelos milhares de tradicionalistas espalhados pelo Rio Grande e fora dele, quero acreditar que em 2019 os indivíduos farão valer a máxima pregada com tanto afinco no último final de semana: respeito, ética e trabalho.
Ah, e se eu puder abusar da esperança, espero também que #pelapaznomovimento se torne uma bandeira de luta para que não precisemos presenciar nunca mais os comportamentos, as disputas, as acusações e as jogadas políticas que envergonharam o tradicionalismo gaúcho nessa corrida eleitoral.
Segue abaixo texto:
“A mim por vezes falta um sopro de esperança na manutenção diária do tradicionalismo, e dessa vez ela veio da forma mais contraditória possível. Neste final de semana, um senhor da geração jovem a mais tempo perguntou ao Presidente Nairo Callegaro o que de fato ele estava fazendo para unir as gerações, uma vez que esse é o propósito do tema anual, texto que ‘venceu’ outras ideias. Claro que eu tomei o questionamento como pessoal… Olhei em volta, para os tantos jovens que ali estavam, com lágrimas nos olhos, confesso, e um aperto na garganta. Não era ao Presidente que ele se dirigia… Era a nós, a geração jovem atual. Sabe a que conclusão cheguei?
Muitos discursaram a respeito da importância do jovem, mas poucos fizeram valer o nosso direito de herdeiros desse movimento. Ainda estamos nos ajustando a ocupar um espaço que sempre foi nosso de direito, e ainda nos falta confiança na linha de atuação, afinal, finalmente estamos tendo uma oportunidade de fato. Nos falta, ainda, o direcionamento de referências que desejam ver o coletivo vencer. No entanto, quando o mestre Paixão recebeu o Presidente com o pedido de ‘não desista’, imagino que ele enxergue na pessoa do Presidente o sopro de esperança que por vezes nos falta para seguir firmes. Será que se identificam?
Realmente não me importa se é homem ou mulher, se é situação ou oposição… O que de fato me importa é que existe um movimento feito de pessoas que necessita desesperadamente de um olhar mais humano e coletivo, que precisa de abertura, que precisa de esperança. Não vi, nos últimos anos, alma mais corajosa para atender todas essas necessidades do que o atual Presidente.
Com o maior respeito a todos que já estiveram a frente do MTG, e a todos que desejam estar um dia, fica o apelo de quem permanece por amor: cuidem bem desse legado que é de todos nós. Continuo aqui, assim como muitos, pois carrego comigo o sentimento que não deixa o ser humano desistir de nada: a esperança.#UnindoGerações #SomosMaisMTG“
Para 2019, desejo que todo dia seja uma nova oportunidade de exercer o direito e o dever se ser uma tradicionalista responsável, apaixonada e motivada. Mais do que isso, compreensiva, idônea e atuante. Desejo isso a ti e a tua entidade tradicionalista também. Feliz 2019!