Um Ensaio Administrativo Sobre
Planilhas e Métodos Avaliativos)
– TOMO I –
O incentivo que se teve para a elaboração desta Análise se deve, unicamente, ao fato de ajudar o meio a encontrar a melhor metodologia matemática, para uma avaliação mais justa e correta, dentro do quesito das Danças Tradicionais Rio-Grandenses, principalmente nos Eventos referentes à sigla de regulamentação FEGADAN e sua tipologia de Concurso.
Foi este Ensaio elaborado em fins de 2016 e inicio de 2017 (realinhado com dados temporais atuais, de Dezembro de 2018), sendo apresentado a todas as esferas do MTG e do Concurso FEGADAN, à época (Vice-Presidência Artística, Diretoria de Danças Tradicionais, Coordenação de Danças FEGADAN, 25RT, organizadores de Eventos, etc.).
Ela busca um amadurecimento e um esboço mais aprofundado, inclusive sobre novas possibilidades de formatações, eliminando, em síntese:
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Os exageros de avaliações (propositais ou não);
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Às tendências, referente a “estilos” e “modelos” distintos de dançar (instintivos ou não);
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Ou ainda, a algumas faltas de atenção no decorrer de um julgamento e/ou no Estudo dos Painéis, Regulamentos e seus princípios (dissemos algumas, pois, na grandíssima maioria das vezes, os erros são responsabilidade restrita de COMISSÃO REVISORA, parte tão importante aos Eventos atuais).
Hoje, o panorama básico de avaliação, dos Concursos mais amplos e de maior potencial, consiste em, basicamente, se ter 5 Avaliadores na mesa, “caindo” a maior e a menor nota média destas 5 avaliações (eliminando assim, o Jurado por inteiro), sobrando, ao somatório final, as 3 notas medianas como denominador comum do Evento (quanto mais Avaliadores, melhor. Porém, costuma-se usar, comumente, 5). O próprio FEGADAN possui esse sistema, fazendo-o diferenciar-se e “glamourizar-se”, distintamente de um simples Rodeio ou Concurso. Ou seja: Um Evento importante e mais amplo exige também uma metodologia matemática mais ampla, o que traz, inclusive, um certo charme ao mesmo (como no FEGADAN e no ENART).
Importante alertar que, este cenário de descartes (das médias maiores e menores, entre 5 Avaliadores na mesa) é de um critério matemático moderno, com padrão construído ao longo dos tempos e amadurecido pouco a pouco, devido justamente às necessidades atuais do meio Tradicionalista dos Concursos (principalmente com distintas “visões” de Avaliadores), visando, assim, eliminar notas que divirjam, tanto para cima ou para baixo, independentemente dos motivos.
Porém, na prática (especialmente com a rotina e a convivência participativa nos Eventos), nota-se que, pode não ser esta, ainda, a metodologia matemática mais correta de somatórios.
Porém, o formato de descarte é extremamente importante…
É ele (formato, inclusive, utilizado nas pontuações dos Carnavais e Escolas de Samba paulistas e cariocas), basicamente um modo de “proteção” ao próprio Avaliador, assim como à Equipe de Avaliadores, ao Evento e sua organização, e, também, e principalmente, aos Grupos Concorrentes. Funciona como uma “válvula de escape” e um “sistema de alinho” para uma “correção de fluxo”, em meio ao somatório de uma planilha de dança algo tão complexa. É uma sistemática usada e necessária, inclusive, nas Engenharias e em seus cálculos, como sabemos bem.
Porém, há a necessidade de amadurecer esse processo, buscando uma real melhoria e sugestão para ele… E com sério Estudo!
É isso o que aqui buscamos!
Prega-se hoje, inclusive, que esse modelo de somatório deixe de existir, voltando-se ao modo mais antigo e primitivo de pontuações, onde todas as notas entram para o somatório final de um Evento. Ou ainda, de não se ter 5 Avaliadores na mesa, utilizando-se da formatação, também mais antiga, de 3 Julgadores somente por Concurso.
Uns defendem as mudanças por simples “opinião”, outros por “preconceito” ao processo e muitos realmente por falta de informações quanto à metodologia mais justa (quem avalia, tende a achar “falta de tempo” julgar determinado Evento, vendo suas médias sendo descartadas e “caindo” por inteiro, inclusive). Tudo depende da necessidade organizacional, porém 5 (ou mais) Avaliadores, sem “cair” maior e menor nota, causa um tanto de desconforto aos Concorrentes, onde, hoje, principalmente (como já dito), se tem grande número distintos de “visões”, “estilos”, “personalidades”, “características”, “gostos” e “escolas” de danças, tanto por parte dos Avaliadores como dos Grupos competidores… E todos esses vieses entram, portanto, num somatório puro e simples sem descarte algum (ou seja, o erro entra junto).
É considerado um bom Evento e uma boa avaliação, na verdade, a que contempla e consegue comportar todas as “visões” (“estilos”, “personalidades”, “características”, “gostos”, “escolas”, “características”, “regionalidades”), de maneira nivelada, saudável e, assim, mais verdadeira e equilibrada nos seus respectivos resultados.
Porém, nas experiências que se tem observado até hoje, pode-se claramente notar que as classificações dos Grupos Concorrentes variam de acordo com o modelo de somatório utilizado (e em alguns Eventos, tende a variar bastante): Todas as notas entrando na média; O “cair” da maior e menor nota dos Avaliadores; O “cair” da maior e menor nota de cada quesito; Ou o “cair” da maior e menor nota de cada quesito de cada dança.
Assim, aqui ficam as perguntas a se buscar resposta:
QUAL RESULTADO, DENTRO DAS POSSIBILIDADES QUE EXISTEM, REFLETE O QUE O GRUPO APRESENTOU NA SALA?
Qual formato matemático dá o verdadeiro resultado para um Evento “concursivo” de Danças Tradicionais Rio-Grandenses?
Bueno… Para completar esse panorama e realmente ajudar, numa Análise Técnica, a mais científica possível, citamos primeiramente (a título de conhecimento e introdução) que:
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O uso de três Avaliadores é mais comum em Eventos de menor porte estrutural ou financeiro, sendo assim impossível dele se utilizar de uma metodologia de médias com descarte de maiores e de menores notas.
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Desde a criação do FEGADAN, e da utilização deste modelo de regulamento nos demais Eventos, houve somente 7 Concursos com 5 Avaliadores (ou mais) na mesa, possibilitando o uso e a Análise deste critério de descarte das maiores e menores notas. É um processo muito novo, portanto sem uma Análise ainda tão embasada e concreta, baseada somente em “opiniões” isoladas ou preconceitos levantados. Os Eventos estes, são: I FEGADAN Caxias do Sul (2014); II FEGADAN Caxias do Sul (2015); III FEGADAN e Rodeio de Criúva (este com 8 Avaliadores, em 2016); IV FEGADAN Antônio Prado (2017); V FEGADAN Canoas (2018); Rodeio de Criúva (2014); e Rodeio de São Marcos (2015).
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O Rodeio de São Marcos, realizado em Dezembro de 2017, organizou-se com 5 Avaliadores na mesa, porém não houve descarte das maiores e menores, entrando todas no somatório final.
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Alguns Eventos, devido suas clarezas e disponibilidades de informações e dados (a disposição de todos), possibilitam uma Análise bem verdadeira e concreta sobre as avaliações e critérios das mesmas, e de como anda nosso meio da dança atual, distante de “opiniões” isoladas. Foram esses dados, justamente que balizaram e incentivaram a criação desta Análise Técnica e Administrativa.
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Dentro de uma lista de 5 Avaliadores contratados, a um determinado Evento, é natural e extremamente saudável ao mesmo (sem qualquer carga de culpa ou melindre) que se tenha Avaliadores com visões distintas, “estilos” diversos, especializações múltiplas, particularidades, características, etc., e inclusive com médias mais altas ou mais baixas que os outros. Não deve existir, portanto, nesse processo, nenhum pecado em se ter uma média maior ou menor. O descarte do Avaliador, como um todo, é o que, em nossa visão, se torna um erro drástico no processo metodológico adotado… Fato este que também viemos aqui alertar e justamente tentar amadurecer.
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Há ainda outro “desvio de processo”, neste sistema de descarte, onde a metodologia permite que Avaliadores cautelosos (ou até em reciprocidade com colegas e “estilos”) mantenham suas notas em um padrão mediano de pontuações, praticamente garantindo que sua nota norteie o rumo do Evento (intencionalmente ou não), em relação final à equipe de Avaliadores em si. Pode-se, então, destinar notas mais altas ou mais baixas ainda, conforme a conveniência, visto que, não estando fora desse padrão mediano, a nota, invariavelmente, será considerada dentro do cálculo (Obs.: Esse “desvio de processo” só é corrigido com o TOMO II desta Análise. Citamos ele, aqui, simplesmente como introdução à necessidade de ser uma “falha” a ser estudada.).
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No processo atual adotado, também observando a média usual dos Avaliadores de maior e de menor média (que acabam caindo no descarte), por vezes, um erro de visão ou de avaliação (os mais comuns: Coreografia; Indumentária; e Música) acabam entrando nas notas medianas, definindo o Concurso de forma algo errônea. Ou seja: Um erro de avaliação ou critério, dentro de uma nota mediana, define o Evento… E o sistema atual adotado não o corrige (Obs.: Esse outro “desvio de processo”, também só é corrigido com o TOMO II desta Análise. Citamos ele, aqui, também e simplesmente como introdução à necessidade de ser uma “falha” a ser estudada).
Com os itens acima enunciados, cremos que poderemos estudar melhor as notas e os formatos de avaliações, tentando adequar os mesmos para um modelo mais justo, aos Grupos Concorrentes.
Por fim, fica claro dizer aqui (e repetir), que tanto o processo de descarte atual de maior e menor média (descartando o Avaliador como um todo), como o processo de somatório puro e simples (entrando todas as notas na média final), causa desconforto aos Grupos Concorrentes, parecendo, os dois procedimentos, abraçarem “erros” e problemas de médias, avaliações e critérios. A busca é, precisamente, por uma metodologia mais justa que estas.
E, só mais uma observação importante: Os dados, nomes e números (notas) desta Análise, são objetos de uma ficção justificada, porém inspirada livremente em fatos, situações, dados e outros elementos reais, adaptados, justamente, para efeito de conclusão e exemplificação de metodologias. Todas as circunstâncias que queríamos que aparecessem à Análise estão nas notas e planilhas apontadas, porém de maneira fictícia, para esclarecimento, questionamento e clareza de todos.
Seguem, assim, os exames criados e algumas alternativas sugeridas e encontradas…
E viva a dança!
Regulamento analisado:
Regulamento base FEGADAN
Formatação analisada:
Avaliação com 5 Jurados
Fonte de base:
Comparativos do site GELSON BORSOI e planilhas fornecidas por FEGADAN/MTG
Estudo, Texto, Tabelas e Realização:
Ícaro Aquino (Canoas/RS) – [email protected] – 51.991144710
Data da Análise:
Dezembro de 2016, atualizado em Dezembro de 2018
Avaliadores criados para a Análise:
01_Avaliador 01 – ÁLVARO SILVA
02_Avaliador 02 – BÁRBARA CARDOSO
03_Avaliador 03 – CARLOS PACHECO
04_Avaliador 04 – DANIEL CALVETE
05_Avaliador 05 – ELISA DA COSTA
Entidades criadas para a Análise:
01_CTG 01 DO CABURÉ – Santana do Livramento/RS
02_CTG 02 DE CAÇAPAVA – Caçapava do Sul/RS
03_CTG 03 DE MACHADINHO – Júlio de Castilhos/RS
04_CTG 04 DO TRESPASSO – Rio Pardo/RS
05_CTG 05 DE ALEGRETE – Alegrete/RS06_CTG 06 DE TRÊS DE MAIO – Três de Maio/RS07_CTG 07 DE CAXIAS – Caxias do Sul/RS08_CTG 08 DE ESMERALDA – Esmeralda/RS09_CTG 09 DE RIO GRANDE – Rio Grande/RS10_CTG 10 DE SÃO LOURENÇO – São Lourenço do Sul/RS
Resultados Finais Oficiais Criados Para Análise:
*Sob normativa atual básica: “Cair” maior e menor média, do somatório final.
COMPARATIVOS CRIADOS PARA ANÁLISE
– Comparativo de Notas Por Avaliador –
01_Avaliador 01: ÁLVARO
*Nota-se que para o Avaliador ÁLVARO o Grupo do CTG 05 DE ALEGRETE, 5º Lugar na Colocação Final do Evento, subiu para o 2º Lugar. Já o CTG 06 DE TRÊS DE MAIO, 3º Lugar na Colocação Final do Evento, caiu para o 6º Lugar em suas notas e em sua planilha.
Já o CTG 09 DE RIO GRANDE e o CTG 08 DE ESMERALDA simplesmente invertem suas posições, o que é algo já totalmente mais compreensível e normal.
02_Avaliador 02: BÁRBARA
*Já para a Avaliadora BÁRBARA, as variações de resultados se dão de maneira mais comum, razoável e aceitável, em relação à Colocação Final dos Grupos, invertendo-os em apenas uma colocação: CTG 02 DE CAÇAPAVA com o CTG 01 DO CABURÉ; CTG 06 DE TRÊS DE MAIO com CTG 03 DE MACHADINHO; e o CTG 05 DO ALEGRETE com CTG 04 DO TRESPASSO.
03_Avaliador 03: CARLOS
*Para o Avaliador CARLOS, notamos que o Grupo do CTG 03 DE MACHADINHO, 4º Lugar na Classificação Geral, subiu para um 1º Lugar em sua planilha, além do CTG 04 DO TRESPASSO, que sobe de 6º Lugar na Classificação Geral para o 2º Lugar em suas notas. O CTG 02 DE CAÇAPAVA, Campeão do Evento, cai, em suas notas, de 1º Lugar para a 5ª Colocação do Evento. Afora o CTG 06 DE TRÊS DE MAIO, que se classificou em 3º Lugar no respectivo Evento, porém, em suas notas, sendo classificado com a 6ª Colocação.
04_Avaliador 04: DANIEL
*Aqui, para o Avaliador DANIEL, podemos notar outras peculiaridades em sua avaliação, como a do CTG 03 DE MACHADINHO, 4º Lugar na Classificação Geral, subir também (assim como na planilha do Avaliador CARLOS) para a 1ª Colocação em suas notas. Já o CTG 05 DO ALEGRETE, 5º Lugar na Classificação Geral, sobe para a 3ª Posição (alteração não tão drástica, porém variando em duas posições). O CTG 01 DO CABURÉ, porém, cai da 2ª Colocação para o 4º Lugar em sua planilha (também duas posições). E o CTG 06 DE TRÊS DE MAIO desce da 3ª Colocação, do Resultado Oficial, para o 6º Lugar na classificação de suas notas.
05_Avaliador 05: ELISA
*Por fim, ponderando as colocações da Avaliadora ELISA, notamos nela que, o CTG 03 DE TRÊS DE MAIO sobe da 3ª Colocação oficial para o 1º Lugar em sua visão. O CTG 01 DO CABURÉ cai da Vice colocação para o 4º Lugar das suas notas. E o CTG 10 DE SÃO LOURENÇO, subiu da 10ª Posição (última colocação do Evento), para a 8ª, pelas suas pontuações.
Cremos assim que, com essas diversidades de resultados pessoais (fato não raro, e realmente encontrado comumente em nossos Eventos atuais), podemos ver o que delas se torna, ou pode se tornar, em um resultado realmente justo para com o Evento em si.
E seguimos em mais Análises, agora dos somatórios…
COMPARAÇÕES E FORMATOS
Abaixo seguem 4 TABELAS, com 4 distintos métodos de somatórios, sendo 3 delas com descartes de maiores e menores nota, destacando, em negrito, o quesito utilizado pra ordenar a classificação. As metodologias estudadas são:
*TABELA 01: Padrão por Nota (Resultado Oficial).
*TABELA 02: Padrão sem Descartes.
*TABELA 03: Padrão por Quesito.
*TABELA 04: Padrão por Quesito de Cada Dança.
TABELA 01: “Padrão por Nota”. Desconta-se a maior e menor nota FINAL de cada Avaliador. Soma as 3 notas restantes, e divide-se por 3.
Como dito, é o método utilizado atualmente nos Eventos com 5 Avaliadores. Sendo assim, merece esse critério uma Análise maior e com mais detalhes, justamente para poder explicar as “peculiaridades” criadas e os “problemas” identificados para sugerirmos as suas devidas soluções.
E é assim que, analisando os comparativos, Avaliador por Avaliador, em comparação ao resultado acima citado (tido como “oficial”), notamos:
*CARLOS tem parâmetro de nota acima dos outros Avaliadores (varia de 9,880 a 9,765). Tem ele a nota descartada como maior para todos os Grupos.
*DANIEL tem parâmetro de nota abaixo dos outros Avaliadores (varia de 9,698 a 9,388), e é descartada pra 60% dos Grupos.
*As notas do CARLOS também são as que menos variam. Enquanto a diferença entre a maior e a menor nota da BÁRBARA é 0,585, a diferença do CARLOS é de 0,115. Mais de CINCO vezes menos.
*O CTG 06 DE TRÊS DE MAIO ficou em 4º lugar para 1 dos Avaliadores (BÁRBARA), em 6º lugar para outros 3 Avaliadores (ÁLVARO, CARLOS e DANIEL), e na opinião da Avaliadora ELISA ficou em 1º. Indiferente da motivação da Avaliadora ELISA, a nota dela deveria ser desconsiderada como a MAIOR, visto que, comparativamente, foi a melhor avaliação dada ao Grupo. Todavia, a nota que caiu como a MAIOR do Grupo foi a do Avaliador CARLOS (9,815), devido ao padrão mais alto de notas.
*O CTG 03 DE MACHADINHO ficou em 1º colocado para 2 Avaliadores (CARLOS e DANIEL), em 2º para ELISA, 3º para BÁRBARA e 4º para ÁLVARO. Porém, a nota descartada como MENOR foi a de DANIEL (9,698), visto que esse Avaliador tem um padrão de notas mais baixo.
*O CTG 02 DE CAÇAPAVA ficou em 1º (ÁLVARO), 2º (BÁRBARA e DANIEL), 3º (ELISA) e 5º (CARLOS). Porém, a PIOR colocação foi desconsiderada como sendo a nota MAIS ALTA (9,830), novamente devido ao padrão de notas.
*O CTG 01 DO CABURÉ ficou em 3º (ÁLVARO), 4º (CARLOS, DANIEL e ELISA), e 1º (BÁRBARA). A nota desconsiderada como MAIOR novamente foi a do CARLOS (9,833).
*A pior avaliação do CTG 03 DE MACHADINHO, por exemplo, do Avaliador ÁLVARO, entrou no cálculo, enquanto o descarte (que deveria ser da pior avaliação) foi o do Avaliador DANIEL (9,698), que tinha dado ao CTG 03 DE MACHADINHO a 1º colocação.
*A melhor avaliação, também, do CTG 06 DE TRÊS DE MAIO, da Avaliadora ELISA (absolutamente fora dos padrões do restante das avaliações do Grupo), entrou no cálculo, devido ao padrão de notas do CARLOS ser alto. O CTG 06 DE TRÊS DE MAIO classificou-se em 4º, 6º, 6º e 6º, e para a Avaliadora ELISA, desproporcionalmente merecia o 1º Lugar do Evento.
TABELA 02: “Padrão sem Descartes”. É um somatório puro e comum. Soma-se as notas finais dos 5 Avaliadores e divide-se por 5, numa média simples. Nota-se que, aqui, drasticamente o Campeão do Concurso se altera do Resultado Oficial do Evento (TABELA 01).
TABELA 03: “Padrão por Quesito”. Desconta-se a maior e menor nota de cada quesito. Após, soma-se as notas restantes e faz-se a média. Nesse cálculo, observa-se que todas as colocações, entre o 1° e o 6° Lugar do Evento (em relação ao Resultado Oficial – TABELA 01), trocam de posição.
TABELA 04: “Padrão por Quesito de Cada Dança”. É um desconto ainda mais detalhado e, possivelmente, o (qual defendemos) mais justo e aplicável aos Concursos (por conseguir ainda se mostrar claro aos instrutores, dançarinos e ao público, de maneira direta). Aqui cai, no descarte, a menor e a maior nota de cada quesito de cada dança. Desconsidera-se a maior e menor nota de Interpretação da dança 01, por exemplo, depois da dança 02, da dança 03 e da dança 04. Faz o mesmo pros outros quesitos, e depois se faz a média.
Nesse cálculo nota-se que trocam de posições (em relação ao Resultado Oficial – TABELA
01): Os CTG 02 DE CAÇAPAVA com o CTG 01 DO CABURÉ; CTG 06 DE TRÊS DE MAIO com o CTG 03 DE MACHADINHO; e o CTG 05 DO ALEGRETE com o CTG 04 DO TRESPASSO. As colocações são um pouco mais distintas que da Tabela anterior (TABELA 03 – Padrão por Quesito).
A alteração do CTG 03 DE MACHADINHO, nesse caso, por exemplo, se dá, especialmente, por uma nota muito abaixo do padrão dada pela Avaliadora BÁRBARA, no quesito Harmonia da Dança 01 do CTG 03 DE MACHADINHO (vide Planilhas, em “Clipagem” anexa). Com o desconto, feito apenas por quesito, devido ao Avaliador DANIEL ter um padrão de notas mais baixo para todos os Grupos, a nota dele que acaba “caindo” no quesito Harmonia. Essa nota, muito abaixo na Harmonia, dada pela Avaliadora BÁRBARA, acaba entrando por equilibrar com as notas de Harmonia das outras danças. Com esse cálculo abaixo (TABELA 04), essa nota, muito díspar da Avaliadora BÁRBARA, então “cairia” corretamente.
E esses são, portanto, os 4 padrões de cálculos que possamos utilizar em nossos Concursos (três deles com processo de descarte das maiores e menores notas).
O que dá pra reparar é que, de modo geral, cada formato altera os resultados, gerando 4 resultados distintos entre si, nos 4 padrões utilizados. O que faz as diferentes formatações de descarte gerarem diferentes resultados, é que, a cada nova tabela, o descarte vai buscando mais detalhadamente a nota fora do padrão. Quanto menor o detalhamento do descarte, mais a nota fora do padrão tende a ser considerada na média e incidir sobre o resultado final.
Usando o exemplo anterior, a nota da avaliadora BÁRBARA de 1,82 para o quesito Harmonia da DANÇA 01 do CTG 03 DE MACHADINHO, no método atual de descarte apenas na Média Final do Avaliador, acaba entrando no cálculo devido às notas do avaliador DANIEL terem um padrão mais baixo. Quando o descarte chega ao detalhamento do “quesito de cada dança”, consegue-se então chegar ao descarte dessa nota.
A teoria, por trás do DESCARTE DA MAIOR E DA MENOR NOTA, é, como já dito, a de evitar prejuízos e favorecimentos (intencionais ou não), ligados a preferências pessoais, tentando obter a classificação através das notas e padrões médios, excluindo do cálculo as impressões mais radicalmente superiores e inferiores.
Os erros de avaliação (que possam seguidamente acontecer, como já presenciamos) SEMPRE vão incidir na nota. Mesmo que seja uma nota descartada, o erro impacta, porque acaba fazendo com que uma nota que, talvez, não entrasse, passe a entrar, diminuindo a nota final de qualquer maneira. A correção dos erros deve ser através de COMISSÃO REVISORA (e, aqui, novamente alerta-se do porque da importância de uma COMISSÃO REVISORA). Não se consegue eliminar o impacto de uma nota errada através de cálculos. Porém, como demonstrado acima, quanto maior o detalhamento do descarte, mais o erro vai sendo diluído, e menos vai tendo ele um impacto na nota.
Porém, na prática isso não se faz eficaz, pois esse tipo de descarte não equilibra padrões de notas diferentes, como no caso do CARLOS e do DANIEL (padrões muito altos X padrões muito baixos), ou do CARLOS e da BÁRBARA (diferença muito grande ou muito pequena entre maior e menor nota).
Somente se trouxermos todos os Avaliadores para um mesmo padrão, o descarte passa a incidir, aí sim, nos desvios (e esses serão os assuntos exclusivos do TOMO II desta Análise Técnica – fiquem atentos).
No caso do regulamento e do Concurso sob a regulamentação do ENART, talvez estas fórmulas não influenciem tanto, visto que cada Avaliador mede um único quesito. Além de que há seguidos encontros entre a equipe de Avaliadores, estudando, inclusive, a Matemática da sistemática, o que, acreditamos, visa exatamente uma padronização das notas e das visões interpessoais sobre a dança em si. Porém, também acreditamos que este Estudo venha a se tornar uma importante fonte de pesquisa e de Análise ao meio também do ENART.
Já no caso do regulamento padrão FEGADAN, isso influencia, e parece, inclusive, que bastante (como visamos demonstrar)… Talvez e principalmente pela juventude do Evento, de seu regulamento, das equipes e das nossas visões, ainda novas, sobre a sua importância, grandiosidade e continuidade.
A grande diferença, é que o ENART é um concurso puramente artístico, já o FEGADAN é um concurso de resgate e muito sustentado na vivência.
A ideia aqui, portanto, entendendo isto, não é nunca desestimular as diferentes visões de dança das pessoas, onde as impressões pessoais, em relação a um determinado grupo, temos sempre como bem saudável. A questão é justamente outra: é padronizar depois da avaliação, de maneira apenas matemática, mas não (e nunca, repetimos) querer “ensinar” como alguém deve avaliar os concursos com regulamentação igual ao do evento FEGADAN (no TOMO II desta Análise, isto ficará mais claro a todos).
Mas, lembramos novamente que, entre as 4 TABELAS citadas (com as 4 sistemáticas de cálculos observados), que a TABELA 04 (“caindo” a maior e menor nota de cada quesito de cada dança), para nós, é a mais justa, viavelmente citando, inclusive. A TABELA 04 dilui em muito os “erros” e “problemas” de avaliações e de visões divergentes, tornando o processo bem entendível ao público e aos Concorrentes.
É esta a nossa humilde sugestão, baseadas em critérios técnicos e analíticos sérios, como podem ver e também estudar.
CLIPAGEM
Notas e Planilhas
(Por Ordem de Classificação)
01_ CTG 02 DE CAÇAPAVA – Caçapava do Sul/RS
02_CTG 01 DO CABURÉ – Santana do Livramento/RS
03_CTG 06 DE TRÊS DE MAIO – Três de Maio/RS
04_CTG 03 DE MACHADINHO – Júlio de Castilhos/RS
05_CTG 05 DO ALEGRETE – Alegrete/RS
06_CTG 04 DO TRESPASSO – Rio Pardo/RS
07_CTG 07 DE CAXIAS – Caxias do Sul/RS
08_CTG 08 DE ESMERALDA – Esmeralda/RS
09_CTG 09 DE RIO GRANDE – Rio Grande/RS
10_CTG 10 DE SÃO LOURENÇO – São Lourenço do Sul/RS