O FEGADAN 2019 foi marcado por grandes altos e baixos, confira.
Gauchada amiga, que tal por aí?
Aqui meio cansados, mas para alguns com certeza muito pior…
Muita gente nos pedindo sobre como foi o FEGADAN e então resolvemos pontuar a experiência que completa que tivemos, durante o sábado e o domingo.
Apenas para explicar, no sábado fomos apenas como expectadores (acredito que ficamos das 16h até 23h) e no domingo o Guilherme dançou as Danças Birivas (chegamos às 13h e saímos às 23h30min).
Bom, que os jogos comecem.
PONTOS POSITIVOS:
1 – Estrutura para o FEGADAN e FEGACHULA
O parque Cinquentenário em Farroupilha é um complexo enorme. Possui diversos pavilhões para atender diferentes números de palcos.
O palco principal ficou muito bem disposto, com um lateral grande de arquibancadas que comportou “na medida” os expectadores. Não vimos tumulto ou aperto em momento nenhum. Todos os lugares davam para enxergar bem e o som estava de boa qualidade em diferentes pontos.
O tablado de 14×14 era realmente muito bom, sem nenhuma falha ou problema.
Havia estacionamento (pago) no local com seguranças, ou então, como a maioria o fez, tinha muita vaga para deixar o carro nas ruas próximas ao parque.
2 – Material informativo
Diversos banners foram distribuídos por todo o pavilhão, contando a história de Paixão Côrtes e Barbosa Lessa, folcloristas símbolo das danças do FEGADAN.
Quem teve a oportunidade de ler, com certeza saiu com bastante informações e detalhes novos sobre a trajetória de ambos.
3 – Preço
Por incrível que possa parecer, e diferente do habitual, o preço das bebidas e alimentação estavam bons. Água, por exemplo, R$ 3,00 (o que já é um milagre!).
Assim não pesou no bolso de quem optou por almoçar/jantar por lá, mesmo sem muitas opções diferentes, porém com boa qualidade.
4 – Assistência “pré-dança” e “pós-dança”
Para os dançarinos, antes de entrar no palco, houve distribuição de águas minerais (geladas!), ajudando bastante a enfrentar o forte calor do ginásio.
Para o “pós-dança”, a equipe médica do local trabalhou muito! O calor realmente estava muito forte e muitas pessoas necessitaram atendimento (local e ambulatorial). A presença de uma ambulância logo na saída ajudou muito!
5 – Entrevistas pós-dança
Assim como outros eventos já o faziam, o FEGADAN também aderiu as entrevistas pós-dança, o que aproxima bastante a realidade dos grupos para as pessoas que estavam acompanhando a transmissão ao vivo pela internet.
Praticamente todos os grupos puderam contar um pouco mais sobre seu trabalho, foi interessante também levar este formato ao FEGADAN.
6 – Número de Inscritos e Qualidade das Apresentações
O nível estava muito alto este ano em todas as categorias. Não era possível afirmar quais os grupos que “certamente” passariam, menos ainda quem seriamos campeões.
Isso mostra que cada vez mais as Entidades estão buscando uma preparação mais forte para o evento, dando o valor que ele merece.
O número de inscritos aumentou em relação aos anos anteriores, muito talvez também pela Ajuda de Custo que o MTG deu para as Entidades participantes. Os Agrupamentos Biriva também receberam.
PONTOS NEGATIVOS:
1 – Desorganização
É unânime entre os participantes que este foi um dos FEGADANs mais desorganizados de todos. Não teve um horário previsto em qualquer modalidade que “fechou”.
Pode-se dizer que as primeiras apresentações do sábado até estavam seguindo um bom andamento, porém, na pausa do meio-dia tudo se perdeu.
A abertura oficial iniciou atrasada e se estendeu muito, o que, por efeito cascata, jogou todo o restante do dia para “mais tarde”.
A demora entre um grupo e outra foi gigante. Foi decidido fazer por Entidade justamente para agilizar, porém, chegamos a contar uma pausa de 12 minutos entre uma Veterana e uma Adulta do mesmo CTG, o que é inadmissível, visto que o vocal é o mesmo.
Outro ponto é que a comissão avaliadora não fazia pausas programadas para ir ao banheiro ou comer, por exemplo. Então alguns grupos tinham em torno de 10 a 15 minutos para se preparar entre um grupo e outro, e outras Entidades foram “apressadas” a passar som rapidamente “porque já estava atrasado”. Não vemos como falha da comissão, e sim de planejamento.
Mas bueno, falando do sábado, isso refletiu no atraso do início do show do Quarteto Coração de Potro (previsto para às 23h, iniciou perto da 1h), que tinha como ideia fazer uma grande integração com toda gurizada que estava participando do Acampamento Estadual da Juventude e Tchêncontro e o pessoal que dançou. O atraso prejudicou.
No domingo, aí sim, o atraso e a desorganização chegou em outro nível.
O primeiro grupo a se apresentar pela manhã de domingo, ao chegar, encontrou o ambiente completamente sujo. Não sei se não houve a contratação de equipe de limpeza ou o que teria acontecido, porém é um fato.
A partir disto, começou já atrasado e assim foi seguindo até o suposto horário de início dos Agrupamentos Birivas (logo após encerrar a juvenil). O que como é de se imaginar, não aconteceu, pois houve outra pausa para lançamento do novo livro com as danças de Paixão Côrtes e Barbosa Lessa.
Ok, este é um fato MUITO relevante, porém deveria estar previsto para programação. Portanto, perdeu-se mais um grande tempo nesta pausa.
Dando sequência e para encerrar o assunto, as danças terminaram cerca de 2h já da segunda-feira, e a divulgação dos resultados encerrou após as 4h.
OBS: Quero fazer um elogio realmente sincero as equipes de avaliação. Não pelos resultados, falhas ou acertos, mas sim por terem que, em pouco número, trabalhar por tantas horas corridas, com praticamente nenhuma pausa planejada. O mesmo para a equipe de secretaria, pessoal que estava anunciando, equipe de som e por aí vai…
2 – Erros em planilhas
Os resultados do sábado foram divulgados. Alguns CTGs faceiros, outros nem tanto por não terem passado. Nada de novidade.
Porém no domingo pela manhã, algumas Entidades foram chamadas para serem avisadas que dançariam o domingo, que houve erro na soma das planilhas (e aqui não temos detalhes se o erro foi de avaliador, de software, de secretaria ou o que…) e então tiveram que se arrumar na corrida para poder dançar, entrando nas suas ordens normais de apresentação.
Apenas um CTG teve a possibilidade de se apresentar mais tarde, com a categoria juvenil, em função do prazo muito apertado para conseguirem reunir o pessoal e se pilchar. Vale lembrar que Farroupilha é perto de Caxias do Sul, então a maioria dos integrantes de cada CTG dormiram em casa, e tiveram que ser avisados um a um.
Com esse erro, ainda mais grupos dançaram no domingo, o que ocasionou em um atraso ainda maior no encerramento.
3 – Sujeira e problemas nos banheiros
Quem precisou tomar banho no parque, encontrou sérios problemas. Pensem que, segundo o MTG, 1500 jovens participaram do acampamento. Mais o pessoal que foi para dançar e eventualmente pode precisar tomar banho por lá.
Não havia estrutura para isso! Recebemos relatos de pessoas que ficaram até 3 horas na fila. Isso é inadmissível.
Fora isso, o pavilhão do palco principal estava com as arquibancadas sempre muito sujas. Haviam alguns sacos de lixo amarrados ao longo da arquibancada, porém quase sempre cheios.
Faltou água nos banheiros (masculino e feminino) por diversos momentos diferentes, o que não foi nada agradável para ninguém.
4 – Ajuda de Custo
Muitos participantes reclamaram que “marcaram” horários para receber a ajuda de custo nas secretárias, e cada vez que chegavam lá, pediam para esperar ainda mais um tempo.
Tenho certeza que não foi má vontade do pessoal da secretaria que trabalhou muito, em um ambiente que estava MUITO quente (faltou estrutura também para eles). Acredito que houve ali um acúmulo de função, onde deveria ter alguém ficado de responsável em pagar todos os CTGs em um horário previamente estipulado, e após poder voltar a ajudar nas planilhas, por exemplo.
5- Transmissão ao vivo
Recebemos via Instagram diversos pedidos para que fizemos “live” das apresentações pois estavam melhores do que a transmissão pelo canal oficial do MTG pelo Youtube.
Já tem sido problema recorrente essa decaída na qualidade das transmissões, não é novidade.
SUGESTÕES DE MELHORIAS PARA OS PRÓXIMOS ANOS
O FEGADAN cresceu. Não é mais o mesmo lá da 1ª edição em que era uma “promessa”. Cada ano mais grupos vem participar, de diferentes cidades. Com isso, o evento precisa aprender a ser mais profissional.
1 – Mudar a formatação
Com exceção de 2018, que na sexta-feira fora feriado e decidiram iniciar as apresentações, todos os outros anos foram apenas sábado e domingo. Desde 2016 isso já é um problema, encerrando tarde da noite. Em 2017, a última biriva dançou quase 4h.
Já foi o tempo em que 1 palco só em dois dias darão conta da proporção do evento.
Então de duas, uma: ou se faz 2 palcos (separa mirim/juvenil em um, adulta/veterana em outro), ou então inicia na sexta-feira.
Como o Guilherme dança em Agrupamento Biriva, somos contra a ideia de jogar a biriva sábado de noite após todos os grupos (onde esvazia) ou então domingo as 7/8hs da manhã. As pessoas não vão ficar madrugada adentro ou ir de manhã cedo para assistir. Todas edições passadas são exemplo disso, o que acabou por praticamente acabar com as Danças Birivas (não havia nenhum tipo de fomento a modalidade).
Ok, para quem assiste pode ter sido “chato” ter 10 birivas no meio da tarde, mas foi o que de melhor pode ser feito para esta edição.
Começar na sexta-feira é um problema para um monte de CTGs? Sim, é um problema. Mas tchê, É UMA VEZ POR ANO! O ENART é assim desde sei lá quando e nenhum grupo reclama de dançar na sexta, pelo contrário, estão pelo menos felizes de estarem lá.
Por que não damos um salto no FEGADAN e tornamos tradicional que a sexta-feira também seja de evento?
Caso não seja assim, que pelo menos se coloque dois palcos no sábado e domingo.
2 – Programação
A programação oficial publicada após encerrar as inscrições, precisa ser mantida! Este ano houveram mudanças pelo menos 3 vezes de horário de início de cada modalidade.
Isso quebra o planejamento de qualquer CTG.
3 – Tempo para passagem de som e pausas
Não é possível que não se consiga manter organizado o tempo de passagem de som de cada CTG. Já temos tantos exemplos positivos no Estado, em que se abre a contagem do tempo por cronômetro, e não tem muito choro.
Isso faz com que as apresentações fluam no tempo previsto.
Fora isso, as pausas necessárias ao longo do evento devem ser também programadas. Exemplo: a cada X horas, se para 10 minutos para dar uma descansada, ir ao banheiro etc… (isso falando especificamente para comissão avaliadora e músicos).
Basta criar um padrão de organização. Em um primeiro momento pode ser um choque de realidade, mas o que todos mais querem é que tudo funcione naturalmente.
4- Regulamento
Dois problemas foram percebidos nesta edição.
Um está relacionado ao Artigo 26, que trata do número de classificados para afinal, de acordo com o número de INSCRITOS.
No inciso II, parágrafo 1º, fala que quando o número de PARTICIPANTES for ímpar, o arredondamento é feito para cima (de quantos irão se classificar).
Na categoria Adulta, por exemplo, haviam 17 INSCRITOS, o que passaram 9 grupos. Porém apenas 16 PARTICIPARAM, ou seja, deveriam passar 8 grupos.
É necessário corrigir a redação neste ponto.
Outro ponto é referente ao Artigo 34, referente ao tempo de apresentação das Danças Birivas.
No regulamento é claro que o tempo máximo é de 15 minutos.
Como habitualmente, o tempo é aberto a partir do anúncio do grupo, das “boas-vindas” feitas pelo apresentador.
Porém, foi percebido que os 3 primeiros Agrupamentos teriam estourado seu tempo de apresentação. Então, foi mudado para iniciar a contagem a partir do toque da primeira dança.
Isso foi uma definição feita na hora, durante o concurso, o que também está errado. No caso, ou se aumenta para 20 minutos o tempo final, ou então se define em regulamento, que o tempo é de 15 minutos a partir do toque da primeira dança.
PARA ENCERRAR…
O evento não foi horrível. Não foi o pior. Não está tudo perdido.
Pelo contrário, acredito que essa transparência e evidência de tantos pontos que foram falhos, em virtude de falta de planejamento e organização, devem ser estudados pontualmente para que então o evento de 2020 seja ainda maior!
Acredito que a cidade de Farroupilha foi a melhor escolha dos últimos anos.
Excelente estrutura (salvo os problemas que citamos), boa área, bom tamanho, bem localizado, com a prefeitura apoiando fortemente a volta de um grande festival para cidade (vale lembrar que fora palco do FEGART por muito tempo).
Precisamos buscar a profissionalização deste evento que já tomou uma proporção GIGANTE, porém esta ainda sendo organizado como um pequeno rodeio.
Que os próximos responsáveis, que estarão a frente no ano que vem, leiam este texto e possam tirar algo de positivo.
Um abraço,
Guilherme e Jéssica.