Inicio este texto, parabenizando a Gabriella Meindrad pela sua coragem e determinação por ser quem realmente é, e a partir disso, lutar por seus direitos. Por colocar a sua vontade e seu amor pelo Rio Grande do Sul, acima de todo preconceito e julgamento que mesmo de forma injusta vem ocorrendo nas redes sociais.
Prenda Gabriella, você é um exemplo encorajador para todos nós!
A partir da repercussão sobre Gabriella ser a primeira mulher transexual a receber uma menção honrosa no RS, tirei um tempo para ler alguns comentários em publicações no Facebook (eu sei que eu não deveria ter feito isso). Comentários baseados em ÓDIO e PRECONCEITO, “piadas” de mau gosto e ainda por cima, usando o cultivo à tradição gaúcha como pretexto para ofender uma pessoa que está no seu direito.
Abaixo, seguem alguns prints sem divulgar a foto e o nome dos autores de tais comentários:
Além de toda a falta de empatia e retrocesso por parte das pessoas, o que chama atenção, é que alguns falam “eu não sou uma pessoa preconceituosa, mas…”. Desculpe lhe informar, mas sim, você é preconceituoso(a) ao explanar sua opinião dessa forma. Ao falar de Gabriella, de gays e lésbicas do meio tradicionalistas, estamos falando de SERES HUMANOS, iguais a qualquer pessoa heterossexual que lá está.
Gostaria também de lembrar que o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou na quinta-feira, 13 de junho, que a discriminação por orientação sexual e identidade de gênero passa a ser considerada um crime em nosso País (para quem ainda não sabe, o RS pertence ao Brasil – contém ironia).
E por fim, aos que estão super preocupados com o futuro da tradição gaúcha, pensando em qual conjunto vai tocar no baile do CTG, a roupa que pode ser usada, qual a largura disso e comprimento daquilo, lembrem-se dos dizeres da bandeira do nosso Estado: LIBERDADE, IGUALDADE e HUMANIDADE.
Acho mais legítimo uma mulher trans vestida como manda a tradição, do que uma mulher vestida de homem ou Cowboy, como muitas se vestem.
deixo meus parabéns a Gabriela por ter tido coragem de lutar pelo seu direito e que todo esse processo faça evoluir, pelo menos um pouco, esse ambiente machista e preconceituoso … que o que realmente importa é o respeito ao nosso passado…
Parabéns a Gabriella e parabéns a página por se expressar tão claramente. Também fui direto nos comentários e me arrependi. Mas vi que tem muitos comentários de apoio também. O primeiro passo é sempre mais difícil, mas foi dado e depois do primeiro vem muitos outros.
Com todo o respeito tradição é tradição opção sexual não condiz com ela…minha opinião tem que ser respeitada estamos em uma DITADURA na qual se eu não concordar sou Preconceituoso?
Sou contra Peão usando Pampeira e Prenda q não é amazonas usando bombacha por motivos tradicionais…ai me vem uma trans como prenda e sou obrigado a concordar para não ser Preconceituoso? Acho que o preconceito é seu qusnto ao tradicionalismo!
Verdade meu amigo ! Liberdade de expressão tem que ser respeitada .
Não tem nada de ódio e preconceito.
Essa pessoa na foto faz o que quiser na vida mas trazer essas novidades para o tradicionalismo é brabo!
Daqui uns dias vai ser normal dois peões dançando nos ctgs.
Parabéns à Gabriella pela coragem de se expor. É tudo muito novo para certas pessoas entenderem. No tradicionalismo gaúcho se vê muitas pessoas, peões vestidos com a indumentária masculina e prendas com vestidos e que são gays. Excelentes pessoas, de um coração de ouro, dos quais sou amiga, admiro e respeito. Só acho que a mídia não deveria ter feito tanto estardalhaço, justamente para os “educados que se consideram perfeitos”, não postarem tanta asneira. Esses não representam nossas tradições gaúchas.
Opinião é diferente de discriminação. Podemos dar nossa opinião livremente, inclusive para achar errado o episódio em questão, sem ofender a quem quer que seja. Quando as pessoas dizem que não são “preconceituosas mas…” é porque não enxergam os novos gêneros com maus olhos, querendo que estes, como todos os outros possam viver em harmonia. Ocorre que, muitos movimentos sociais e religiosos, que são particulares, contém regramentos específicos, entre eles está o MTG. Este acolhe todos os gêneros, porém, sem ofender seus mandamentos basilares, como a indumentária gaúcha por exemplo, tem sua “Carta de Princípios” e segue estes mandamentos há décadas, que precisariam ser reformulados, até lá, o caso de um peão que se transformou em prenda, sempre vai causar estranheza e manifestações.
Cada um faz o que quer, mas não acho normal uma prenda trans nos CTGs. Tem tantas regras e não seguir é incoerência.
que bacana, agora por não concordar sou preconceituoso…. inversão de valores. Lamentável este circo com uma Cultura tão rica.
Parabéns a Gabriela, e a matéria que expõe a forma ultrapassada e preconceituosa que paira a nossa sociedade e também o movimento tradicionalista. Abaixo o preconceito travestido de opinião.
Sou uma mulher trans de 39 anos. Há mais de duas décadas eu consegui ter a coragem de externar minha identidade sexual. E nesse tempo já sofri muito, mas muito preconceito, tentando me manter de cabeça erguida. Sempre apreciei muito a cultura e tradições gaúchas. Eu adoraria também ter coragem de cultivar algumas tradições nesse meio tradicionalista, aprender mais sobre a cultura, aprender a dançar, etc. Tenho vestidos de prenda os quais já comprei sem esperança de um dia usá-los em público, por conta do medo. Então os visto em casa mesmo, meu único lugar seguro, e solitária sorvo o mate que por vezes é salgado pelas lágrimas da desilusão.
*Identidade de gênero
Cintia, como eu gostaria de tomar um chimarrão e prozear com vc… sinta-se abraçada e acolhida querida.