Acervo do IGTF (Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore) se perdeu?
A Fundação Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore (conhecida popularmente como simplesmente IGTF) promovia (ou era pra promover) o estudo e divulgação da ciência do Folclore das coisas do nosso Estado, intercambiando com outros órgãos de atividades afins à divulgação da nossa cultura popular. Era ele, um órgão ligado diretamente à Secretaria de Estado da Cultura do RS.
Em 1948 surge no Rio Grande do Sul a Comissão Estadual de Folclore, liderada por Dante de Laytano, entre outros, culminando, em 1954, em uma lei aprovada pela Assembleia Legislativa, reestruturando a Secretaria de Educação do Estado, criando a Divisão de Cultura e o Instituto de Tradição e Folclore – ITF – sob a direção do folclorista Carlos Galvão Krebs, e mais tarde, em 1965, organizando o primeiro curso de graduação em Folclore do Estado, conhecido como Escola Superior de Folclore, que tinha como objetivo a formação de professores do Ensino Básico.
O ITF dentro da Divisão de Cultura da Secretaria de Educação funcionou até aproximadamente 1969, quando no último ano do Governo de Euclides Triches foi criada, pelo Decreto n.º23.613, de 27 de dezembro de 1974, a Fundação Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore.
Entre as suas finalidades destacava-se principalmente o estudo do Folclore, da cultura e da história do Estado, recolhendo-o, analisando e divulgando-o (três braços basilares justamente do Folclore: recolher, analisar e divulgar). Para isso, a Instituição era constituída pela Biblioteca e Hemeroteca Glaucus Saraiva, que reunia quatro mil títulos dedicados somente à dança, o Folclore, a vestimenta, a música, costumes, artesanato e culinária.
(Coleção Cadernos Gaúchos, número 07, Lançado pelo IGTF)
Ao longo dos tempos ele teve vários endereços. Sua primeira sede sediava-se na Rua Sarmento Leite, passando, a posterior, para Siqueira Campos, Carlos Chagas, Rede Ferroviária, até que em 1996 se instalou definitivamente no Centro Administrativo do Porto Alegre, onde permaneceu até a sua extinção.
A abrangência da cultura popular no Rio Grande do Sul sempre foi muito significativa, contando com um mosaico cultural muito rico e vasto, oferecendo uma enorme diversidade nos enfoques das etnias, folguedos, festos, danças, músicas e, principalmente na área de pesquisa. Destas análises, o Instituto publicou, de maneira governamental, várias importantes obras, entre elas: “Indumentária Gaúcha”, “Mostra de Folclore infanto-juvenil”, “Assim cantam os gaúchos”, “Humaitá” (com Direção e Direitos de Paixão Côrtes), “Natal Gaúcho e os Santos Reses” (de autoria de Paixão Côrtes), “Folia do Divino” (de autoria de Paixão Côrtes), “Festas Juninas e dos Santos Padroeiros” (de autoria de Paixão Côrtes), “Estudo de Batuque” (de autoria de Carlos Krebs), “Pandorgueando”, “Folk, Festo e Tradições Gaúchas”, “Carreira de Bois”, “Carretas e Carreteiros”, “A Idade do Couro”, etc. e etc.
Os nomes que passaram pela presidência da Instituição foram variados, sempre se alternando pela gestão político-partidária do Governo do Estado e suas coligações. O primeiro presidente do IGTF foi Hélio Moro Mariante, tendo como diretores Glaucus Saraiva e João Carlos Krahe. Em 1979, a partir de Barbosa Lessa, assumindo magistralmente a pasta da Cultura do Estado do Rio Grande do Sul, assumiu a Instituição, Paulo Xavier, assessorado por nada menos que o folclorista Paixão Côrtes e Edson Otto.
Dizem que este foi o período mais fértil, em termos de pesquisas e publicações realizadas pela entidade, proliferando nossos costumes em todas as esferas educacionais e culturais do Rio Grande do Sul. Elton Saldanha, já atendendo a sua experiência musical, também esteve frente à presidência do IGTF de 1987 até 1991. Rodi Borgheti e Antônio Augusto Fagundes formaram o corpo diretor da época. Euclides Fagundes Filho comandou a Instituição de 1991 até 1995, tendo como diretores Delmar Augusto Zwetsch e José Roberto Diniz de Moraes. Já no período de 1995 até 1999 Antônio Augusto Fagundes foi presidente, tendo como diretores Rodi Borgheti e José Roberto Diniz de Moraes, seguido, em 1999, pelo presidente Eraci Rocha, que foi assessorado pelos diretores João Ribeiro da Luz e João Alberto Menine. Luiz Carlos Borges, também da área musical, presidiu o Instituto de 2003 a 2006, tendo como seus diretores foram Ivo Benfato e Vinicius Brum. E assim por diante. O último presidente do IGTF foi o poeta, cantor e compositor Vinicius Brum.
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(Concurso Estadual de Folclore – Porto Alegre/RS)
Nota-se, porém, que, sem investimentos, sem preocupação (e até sem conhecimento) das pastas culturais governamentais, quanto à importância e potencial da Instituição e do material arquivado, analisado e publicado pela mesma, para a didática das nossas gerações, em relação aos nossos costumes, a Instituição se tornou, apenas, em um arquivo (pra não dizer, em um “arquivo morto”).
Nada era mais pesquisado, nada era mais recolhido, viagens de pesquisas não eram mais agendadas, fotos não eram mais batidas, filmes não eram mais filmados, áudios não eram mais gravados, programas não eram mais transmitidos, livros não eram mais editados, matérias não eram mais lançadas…
Talvez a Instituição destinava-se (pelo menos visto o que era divulgado ao público), apenas em receber CDs, DVDs e matérias de Festivais Nativistas diversos, para serem ali arquivados. A “page” nas redes sociais do IGTF no “FaceBook”, por exemplo, destinava-se, há tempos, apenas para a divulgação de marketing de reuniões, encontros e eventos onde suas diretorias participavam, do que de divulgação, propagação, viabilização e didática do material ao qual a Fundação zelou durante décadas. Em resumo: o Instituto não divulgava nada (por falta de verba) – era um arquivo, repetimos, infelizmente.
Por várias vezes e por diversas veias intelectuais a Instituição foi criticada por fragmentar seu quadro especialista, alojando na Fundação um conjunto de CCs político-partidários, em funções antes desempenhadas apenas por técnicos (infeliz quadro atual de todos os órgãos do governo executivo, de nível nacional brasileiro), com pesquisadores que iam a campo, colhiam, analisavam, escreviam e publicavam (lembramos que a CORAG também foi extinta pelo Governo Estadual).
O IGTF foi, durante muito tempo, mais do que um simples arquivo, cumprindo com o seu papel!
Claro que, sem verba, muito do acervo deve ter se extraviado e se deteriorado lá dentro mesmo, das instalações da Instituição (lembramos que as dependências da Instituição se faziam presentes em uma simples porta, nas dependências externas do estacionamento do Centro Administrativo, ou seja, não era uma área nobre e que pegasse, inclusive, luz e sol).
E foi assim que, em Janeiro de 2016, o IGTF teve sua extinção sancionada pelo governador José Ivo Sartori, junto a outras demais Fundações, a partir de votação aprovada pelos deputados estaduais da gestão. O discurso decorreu em “extinção do CNPJ” apenas… Porém, conversando com quem recebeu o material, vemos e sabemos que não foram bem assim que aconteceram, principalmente pela mudança, já em Dezembro de 2018, de governo e direções das Instituições culturais todas (como sempre acontece). Suas funções foram, em teoria, absorvidas pela Secretaria da Cultura, Turismo, Esporte e Lazer do Estado, tendo, dos sete (apenas sete) funcionários, cinco exonerados, um, como servidor de carreira, incorporado à Secretaria de Cultura e um profissional da área contábil permanecendo para apenas encerrar os trâmites administrativos, enquanto eles duravam.
(Tropa de gado ovino – Santana do Livramento/RS)
Houve uma polêmica muito grande, inclusive (como todos devem se lembrar – e não podem se esquecer), publicada em reportagem para o Jornal Zero Hora (11 de Julho de 2017), que mostrava plenamente como o acervo era tratado e como, a partir dali, também iria ser trabalhado (apenas em um reflexo da importância que estava, e está, se dando para a Cultura do Rio Grande do Sul).
A polêmica, impulsionada por divulgação via Redes Sociais pelo jornalista e colunista musical da própria Zero Hora, Juarez Fonseca, tratava sobre um servidor da secretaria de Educação do RS e ex-assessor técnico e ex-diretor do IGTF (durante três governos: de Olívio Dutra, Germano Rigotto e Tarso Genro), o Dr. Luiz Claudio Knierim, ter encontrado no lixo, bem em frente à antiga sede do IGTF, no Centro Administrativo do Estado, alguns documentos do antigo acervo, extraviados durante o processo de remoção.
Nos documentos no lixo encontravam-se originais de desenhos do artista renomado, Edison Acri.
Em depoimento para a tal reportagem de Zero Hora, Knierim relatou:
“Encontrei (os documentos) amarrotados em uma lata de lixo, onde o pessoal que fuma joga as bitucas, na área externa do IGTF. Tinha outros papéis, mas peguei aqueles que reconheci de imediato, que eram do Edison Acri. Fotografei e passei para os amigos, que me aconselharam encaminhar para o Ministério Público. Não aceito que um acervo seja esquartejado dessa maneira. São documentos que têm sentido porque estão indexados uns aos outros. Os discos regionalistas, por exemplo, são acompanhados de toda uma documentação.”
O Jornal Zero Hora completou, em sua matéria, dizendo que:
“Na segunda-feira, Knierim entregou o material à promotora Ana Maria Moreira Marchesan, que confirmou à reportagem a abertura de um inquérito civil para apurar o destino do acervo e as condições de transferência. Segundo Knierim, não se trata apenas da suspeita de extravio de documentos, mas da forma como o acervo do IGTF está sendo realocado. Ele defende a criação de um Centro de Referência da Memória e do Patrimônio Histórico e Cultural.”
A opinião pública porém sempre tarda, inclusive por ela achar que a Instituição cumpria e conseguia cumprir com suas demandas ou com os feitos pelos qual ela teria sido criada. O estado de como os arquivos se encontravam e a falta de verba para sua manutenção nunca haviam sido divulgados para o externo e o público em geral. Portanto, a opinião não podia ser de total comoção.
Como dito antes, via Redes Sociais, a “page” da Instituição (@institutogaucho.igtf) estava em plena divulgação mensal do que ela se prestava a atender. Em termos de divulgação, mesmo sem didática, a Instituição estava divulgando suas “reuniões”, sendo o último “post” de Dezembro de 2016 (bem após o anúncio da extinção).
Vinícius Brum, o último presidente da Instituição, também para a reportagem da Zero Hora comunicou, de maneira clara e lúcida:
“Quando foi tornado público que o IGTF seria uma das estruturas cogitadas para extinção, eu, ainda na investidura da presidência, recebi apenas três manifestações de apoio à instituição. Até me causou espécie essa comoção (sobre a denúncia de extravio de materiais). Pensei: “Opa, mas agora?” Essa indignação por parte de alguns segmentos não apareceu naquele momento (da cogitação de extinção do IGTF).”
Pode-se dizer que, sem divulgação, sem didática, sem importância, nem o público tinha noção do quanto havia (e ainda há) em arquivo desta Instituição, que tanto fez pela nossa cultura.
Por fim, o material e o acervo que existia na Fundação IGTF foi transferido e organizado por doze técnicos, os quais não sabemos apontar quais eram. O que foi transferido ainda existe, ainda está sob o poder do Governo do Estado, através de suas demais Instituições (sob ordens de outros respectivos “CNPJs”), distribuídos entre museus, órgãos, bibliotecas, discotecas, etc.
O que temos de alertar (principalmente após visitar, consultar, ser barrado e analisar o estado de conservação e arquivo das matérias) é de como o padrão de “distribuição” do material não funcionou (isso sob opinião e conhecimento dos mesmos técnicos que hoje os arquivam e manuseiam). E dizemos porque: Um determinado assunto pesquisado, “Folias do Divino”, por exemplo… Antes estava concentrado todo o seu material, referente a esta pesquisa e assunto juntos; Textos, manuscritos, fotos, negativos, desenhos, cópias mimeografadas, cópias datilografadas, filmes (VHS ou Super 8), livros, etc., tudo junto, referente a este assunto.
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(Nico Fagundes em pesquisa pelo interior do RS)
Quando o acervo foi distribuído, ele foi fragmentado, não por assunto, mas (simplesmente) por “mídias” (podemos dizer assim): Textos foram para um lugar, negativos para outro, filmes arquivados em outro lugar (sem tecnologia, inclusive, para acesso), livros para outro, e assim por diante. Os assuntos foram fragmentados, agora, sem ter quem os conheça, muitíssimo difícil de se reorganizar novamente. Os documentos foram encaminhados de acordo com sua natureza. Isso assumido pelos técnicos (técnicos concursados e qualificados para o trabalho, segundo Secretaria de Cultura). Porém, o que seria uma “solução” para o acervo, virou um problema e uma deformação total dos assuntos pesquisados e arquivados.
Livros e recortes de jornal foram para a Biblioteca Pública do Estado. Registros fonográficos, para a Discoteca Pública Natho Henn, da Casa de Cultura Mário Quintana. As fotografias foram para o Museu da Comunicação Hipólito José da Costa. Documentos diversos, para o Memorial do Rio Grande do Sul, o MARGS.
Os aparelhos dos estúdios de Áudio e Vídeo, assim como aparelhagem necessária e existente, não foram divulgados para onde foram (fato inclusive questionado por Gabinete de Deputados Estaduais da gestão estadual atual, inclusive para disponibilização ao público, novamente).
Hoje, quem quiser pesquisar sobre as “Cavalhadas” do Rio Grande do Sul, por exemplo, dentro dos arquivos estudados e arquivados há décadas pelo IGTF, terá de (enfrentando as burocracias, agendas estreitas e a falta de tecnologia e gente para a consulta do mesmo material) ir no Hipólito José da Costa (ver as fotos e negativos), ir no MARGS (para ver os textos e se há textos), ir na Discoteca Natho Henn (para ver se havia gravações de discos e fitas magnéticas sobre áudios do assunto), ir na Biblioteca Pública (para procurar os livros que haviam sobre o assunto) e ainda focará sem conseguir ver os vídeos gravados sobre o tema (já que os mesmos foram para o MARGS, que n]ao possui tecnologia disponível para sua exibição e cópia, que estão no Hipólito, mas não há possibilidade alguma de empréstimo ou de o MARGS levar ao Hipólito para a consulta do mesmo).
De grande maneira geral, este é o quadro atual do arquivo. Como mal se sabia o que havia e como estava o acervo no próprio IGTF, em épocas de sua extinção, também não se conhece, ao certo, se algo se extraviou posterior ao “transporte”, ou ainda se foi destinado à Instituições “erradas” (como no casos dos vídeos, VHSs e Super 8, que deveriam estar no Hipólito José da Costa, possuindo tecnologia e gente preparada para consultá-los e digitaliza-los), ao invés de no MARGS.
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(Votação para a extinção do IGTF e outras Fundações)
Como dito, há preocupação das esferas Legislativas, em relação a este acervo, principalmente das bancadas culturais e com preocupação com a didática da nossa gente. Nem tudo está perdido… Até porque a procura (por quem sabe), em cima do acervo do IGTF, esta crescendo e sendo “catada” cada vez mais. Falta a divulgação e o caminho exato de onde este acervo está, para, justamente, direcionar corretamente os interessados.
Há ainda conversas internas, entre a classe cultural governamental atual (através da Secretaria de Cultura do Estado e os órgãos arquivistas do acervo) para digitalizar o arquivo, distribuir digitalmente o mesmo (talvez como acontece no Museu de Nova Iorque, contando com sua totalidade de acervo via “site”), viabilização de projetos, procura por apoiadores, captação de verbas, etc. Os diálogos já estão acontecendo, porém, via publicamente, nada foi divulgado ainda (esperaremos, ansiosos).
Soubemos que havia um “curador” da obra e do acervo do IGTF, que unia e conversava entre as Instituições. Porém, indo nas mesas Instituições, elas não sabiam da existência deste “cargo” e nem quem era o responsável. Essa curadoria, porém, existia, através da Secretaria de Cultura do Estado (Sedactel) e Secretaria de Educação (Seduc)… E realizava inclusive encontros na Casa de Cultura Mário Quintana (onde participamos de algumas), sob o título de “Projeto Acervo IGTF Convida”, sempre convidando algum palestrante com ligação com a Instituição, para agregar e espalhar conhecimento.
Atualmente os cargos, devido as mudanças governamentais, mudaram, quase que totalmente, permanecendo nas Instituições apenas os concursados, o que deixou a busca mais complicada, demorada e, algo, mais burocrática.
Mas assim vamos, buscando parte do acervo com um aqui, outro ali… Catando pedaços… Recompondo dados… Com um que pesquisou lá… Outro na década de 70… Alguém que passou por lá na década de 80… Um interessado aqui… Buscando datas e assuntos nos livros editados… Outro que trabalhou lá nos tira alguma dúvida (Praxedes e Rico)… Mais um pouco nos museus e bibliotecas do Centro Histórico ajudam… E assim vamos, pouco a pouco, moldando nosso acervo com o que o extinto IGTF ainda tem para nos agregar.
Cada matéria arquivada e conservada (à medida do possível) dariam exposições Culturais gigantescas (em termos de cultura e de material), monografias concretas, livros amplos, material de ensino além de acervo inédito para historiadores, pesquisadores, escritores, professores, alunos, interessados, etc. e etc. Só vendo para saber.
Quem sabe, aos poucos, não trazemos à tona material de pouco acesso e pouca divulgação, apesar de existente ao público e disponível a todos, em assuntos relativos à música, à cultura, à dança, etc.!?
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(Acervo do Extinto IGTF)
Por fim, através de nós, que trilhamos todos esses tortuosos e lerdos caminhos (que duraram e duram já cerca de oito meses de cata e procura), para quem quiser consultar o material do extinto IGTF, seguem os links, locais e responsáveis pelo seu arquivamento. Não se iluda: nem tudo será permitido acesso e, também, nem tudo será consultado no dia, na semana, no mês ou nos meses (o acesso é moroso, mais demorado eu os prazos de nosso projetos culturais), mas seguem:
*ACERVO FOTOGRÁFICO: Acervo de imagens em negativos, positivos e slides de momentos, pesquisas e material didático (acervo sem acesso devido a sua atual política de digitalização).
“Museu da Comunicação Hipólito José da Costa” (Diretor: Welington Ricardo Machado da Silva/Acervo fotográfico: Denise Stumvoll)
Rua dos Andradas, nº959, 2º andar – Centro de Porto Alegre/RS
Fone: 51.3224-4252 / 51.3224-4332
Email Museu: [email protected]
Email Agendamento: [email protected]
Email Setor Fotografia: [email protected]
Email Diretor: [email protected]
Site: www.museudacomunicacao.rs.gov.br
*ACERVO DE TEXTOS E PESQUISAS ESCRITAS: Acervo de textos originais das pesquisas, fotos físicas, etc.
“Museu Antropológico do Rio Grande do Sul – MARS” (Responsável pelo Acervo: Rossanna Prado)
Rua Sete de Setembro, 1020, Sala 22 – Centro Histórico – Porto Alegre/RS
Fone: 51.3228-7664
Email: [email protected]
Email: [email protected]
Blog: http://museuantropologico.blogspot.com
*MONOGRAFIAS DA FACULDADE DE MÚSICA PALESTRINA: Acervo Monografias sobre Cultura, Música e Folclore da antiga FAMUPA (acervo de aproximadamente 2440 trabalhos, fruto de pesquisas realizadas junto ao curso de Pós-Graduação em Folclore, ministrado pela FAMUPA, entre os anos de 1980 e 1987 em Porto Alegre).
“Museu Antropológico do Rio Grande do Sul – MARS” (Responsável pelo Acervo: Rossanna Prado)
Rua Sete de Setembro, 1020, Sala 22 – Centro Histórico – Porto Alegre/RS
Fone: 51.3228-7664
Email: [email protected]
Email: [email protected]
Blog: http://museuantropologico.blogspot.com
*ACERVO DE VÍDEOS: Acervo de Fitas K7, Fitas VHS, Super 8, CDs, DVDs e rolos de áudio (arquivo sem tecnologia para acesso).
“Museu Antropológico do Rio Grande do Sul – MARS” (somente arquivo físico, sem acesso)
Rua Sete de Setembro, 1020, Sala 22 – Centro Histórico – Porto Alegre/RS
Fone: 51.3228-7664
Email: [email protected]
Email: [email protected]
Email: [email protected]
Blog: http://museuantropologico.blogspot.com
*ACERVO DE TRAJES TÍPICOS: Modelos, peças e trajes típicos reconstituídos (arquivo sem tecnologia para acesso).
“Museu Antropológico do Rio Grande do Sul – MARS” (somente arquivo físico para exposição, sem acesso)
Rua Sete de Setembro, 1020, Sala 22 – Centro Histórico – Porto Alegre/RS
Fone: 51.3228-7664
Email: [email protected]
Email: [email protected]
Email: [email protected]
Blog: http://museuantropologico.blogspot.com
*ACERVO DE LIVROS E PUBLICAÇÕES: Os Livros e as publicações do Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore foram para a Biblioteca Pública Municipal de Porto Alegre.
“Biblioteca Pública do Estado do Rio Grande do Sul” (busca pelo título da obra)
Rua Riachuelo, 1190 – Centro Histórico, Porto Alegre/RS
Fones: 51.3224-5045 / 51.3225-9426
Email: [email protected]
Site: http://www.bibliotecapublica.rs.gov.br
*ACERVO DISCOGRÁFICO: Discos e gravações fonográficas.
“Casa de Cultura Mário Quintana – Discoteca Natho Henn”
Rua dos Andradas, nº736, 4º andar – Centro de Porto Alegre/RS
Fone: 51.3221-7104
Email: [email protected]
Site: http://www.ccmq.com.br
*DEMAIS INFORMAÇÕES: Secretaria de Estado de Cultura, Turismo, Esporte e Lazer do Rio Grande do Sul (com Denise Gress, ex-funcionária da FIGTF, administradora da SEDACTEL, responsável pelo traslado e distribuição do acervo).
Av. Borges de Medeiros, 1501 – Praia de Belas, Porto Alegre/RS
Telefone: 51.3288-5400 / Fax: 51.3325-3221
Email Agendamento: [email protected]
Site: https://cultura.rs.gov.br
(Acervo encaixotado)
Salve a cultura do nosso Rio Grande do Sul!!!
*Fotos Ilustrativas: Imagens físicas retiradas do acervo do extinto IGTF (Fundação Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore).
É profundamente lamentável que uma cultura tão rica seja menosprezada e sucateada pelas autoridades sul-riograndenses. assim perdemos a história, os costumes e tradições.
Eu acredito que há, por trás desse desprezo pela nossa história e tradições e pela memória do provo gaúcho um interesse difuso de aniquilar com as raízes desse povo.
Venho de uma família que fincou suas raízes no Rio Grande do Sul, nos Campos de Cima da Serra, ainda no século 19. Éramos criadores, tropeiros e políticos e, inevitavelmente, guerreiros. Lutamos e morremos em 1893, 1923 e fomos com Getúlio até o Rio de Janeiro. Fomos esquecidos, varridos do mapa e da história.
Assistimos o Rio Grande do Sul, sua tradição republicana e seu orgulho serem solapados por interesses políticos, sectários e, marcadamente, reacionários. Gente como Ivo Sartori, infesta o pago, destrói sem nada por no lugar. Apropria-se da narrativa e a distorce para acomodá-la ao seu interesse mesquinho. Não respeita o passado porque não tem compromisso com o presente e não vislumbra o futuro. Este pessoal, no tocante à conexão com a nossa terra foi criado guacho, à la cria e vivem da mão prá boca. Não conhecem nossa história e não reconhecem seu valor. São os guaxanins da estância se São Pedro.
Infelizmente, parecem ser maioria. As verdadeiras tradições gaúchas foram de há muito esquecidas e o nosso folclore, nossa música e a imagem do gaúcho da pampa, da serra e da lida campeira transformaram-se em bens de consumo, comprados e vendidos em CTG’s fajutos, em festivais de araque e em rodeios americanizados por pessoas que não tem a menor informação sobre a formação do Rio Grande. O gaúcho, essa figura romântica, símbolo da construção de parte do Brasil e que vemos representado de maneira intensa e comovente na estátua do Laçador, em Porto Alegre, foi transformado em alguém irreconhecível. De um povo altivo, orgulhoso de sua trajetória, defensor de princípios civilizatórios e humanitários tornou-se egoísta, individualista e preconceituoso. Do verdadeiro gaúcho, sobrou a casca, solta e desfazendo-se, a cobrir um pau oco e seco. Minha esperança é que em algum lugar reste resistência e que em algum coração ainda resida a alma gaúcha. Se a formos buscar, provavelmente, a encontraremos nas pessoas mais humildes e mais simples que, modestamente, vivem em rincões deste Rio Grande guardando na memória atávica o verdadeiro espírito deste povo.