Você… Acredita realmente em tudo o que você lê, procura, consome e compra culturalmente?

Incomoda-me um pouco uma determinada impressão superficial (e, portanto, vaga) das pessoas, quanto ao que outras levam adiante como filosofia a resumir seus pensamentos e trabalhos artísticos de modo geral. Essa citação recorrente de “uma única vertente”, “ampliar a visão”, “ampliar os caminho”, parece um apontamento a determinado ranço, que impregna como graxa debaixo das unhas de quem a repete alusivamente, não saindo mais… como se fosse dada uma permissão, inclusive, a essa análise interpessoal.

Até um determinado exemplo chegar à tona (seja ele em forma de vídeo, música, texto, filosofia, pensamento, etc), via face ou outro meio de propagação qualquer, passa (e creio que passe) por uma “triagem” cultural e criteriosa (mesmo instintivamente) do que cada indivíduo elege como atraente ou não, para a didática dos amigos interessados na nossa cultura regional.

Uma coisa é ser consumidor de arte (de cultura, de livros, de discos, etc). Ter tudo. Ler tudo. Escutar tudo. Outra é o que desse consumo se quer e merece que ganhe uma constante reprodução, a servir de um ótimo ponto de partida e de conhecimento didático a todos. A nata!

Uma coisa é ter acontecido… outra coisa é ser Símbolo nosso! De lugar! De pátria! De gente! De povo! De coletividade!

Hoje em dia, no signo tecnológico e de comunicações, que vivenciamos atualmente, a quantidade de informação é muito alta… assim como todo o acesso a ela. O grande defeito das pessoas é quererem tudo. Isto sem saber pra onde “atirar”, pra qual caminho seguir… o que, principalmente, levar adiante de toda essa ansiedade que se tem em absorver tudo o que está aí a disposição!

Livros estão a fáceis acessos… discos estão à disposição… o conhecimento está à dispor de todos…

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O saber, de tudo isso, o que resume realmente o conhecimento adquirido, é um talento… talento que poucos o tem (ou querem ter). Parece que (nesse ranço) se quer “quanto mais melhor”… “quanto mais leituras melhor”… “quando maior diversificação de diferenças, também melhor”… por fim, quanto mais discordar, melhor!

Não acredito nesse modo de levar adiante a cultura. Não creio nem que isso seja levar adiante uma cultura… sem abordar critérios, sem analisar!

Isso é ser uma simples “repetição de Google” (ironicamente comparando). Se eu quisesse ter tudo, em termos de conhecimento, usava o próprio “Google”, e não perguntaria a quem insiste em criticar a reprodução constante de determinada bibliografia, determinado escritor ou de determinado pensador. Porém, apesar disso, tenho a felicidade de (sim) ler muito, ter muita bibliografia (e muito boa, selecionada) e de conhecer muita coisa (já que procuro muito).

Porém, não sairia nunca por aí reproduzindo tudo o que li e vi… até porque nem todas as bibliografias que pus o olho (em alguma fase da minha vida) é qualificada para ir a tona e ser contada, didaticamente, no que resume meu modo de pensar, meu modo de ver e de sentir a cultura… e, inclusive, representar o que é nosso povo verdadeiro.

Podemos constantemente fazer uma qualificação bem criteriosa, triando nossos “vinhos”, nossas “cervejas”, nossos “trigos” e “joios”, e toda tipologia de seus motivos… já que nem todo os produtos são realmente bons, de boas safras e rígidas procedências.

Muitos “conhecimentos” são, por vezes, somente opinião!

cultura gaucha

Por fim, cada um elege seus “tutores” e “curadores” culturais, aqueles que tem todo o potencial de despejar em frases e linhas o que você queria exatamente dizer, acaso fosse um dia escritor ou retratista da verdade de toda uma gente sulina. Os meus, já estão eleitos… e são exatamente os que reproduzo, como consigo, seja em redes sociais, músicas, livros, letras, cds, festivais, colunas, textos, etc. O que reporto pode, e acaba sendo, sim, de “uma única vertente” bibliográfica para muitos. Mesmo eu consumindo de tudo e a todos.

Mesmo assim: os que eu reproduzo são e continuam sendo de “uma única vertente”!…

…Fazer o que, se essa vertente não seca nunca, ainda nos explica muito mais que outros, e ainda (inclusive) nos respeita como povo e como coletividade!? …Fazer o que se essa vertente também absorveu a todos anteriores, leu todos, conheceu todos, e explicou melhor que todos esses que vieram dantes… e ainda por cima o que apareceu depois!?

Consumo tudo… mas elejo e reproduzo a nata que me representa!

Nada mais do que um processo criterioso de levar adiante nossa cultura! Faça suas triagens também… Quem está aprendendo com você, agradece!

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