“Gaúcho é machista? De onde saiu essa história? Ainda é assim? Alguma coisa mudou? Como mudar? Parte de quem a mudança?”

Foto: Gravação Filme O Tempo e o Vento

Buenas moçada! O assunto de hoje é um tanto delicado, e tomei um cuidado grande para poder retratar este tema. A verdade é que, seguindo a Prosa com Paixão, encontrei uma entrevista para um jornalista tratando este assunto. Vale ressaltar que é da década de 70, e já se falava nisso. Hoje, principalmente com o movimento feminista, tem-se falado bastante em machismo.

Se tu te interessa pelo assunto Machismo/Feminismo, CONTINUA LENDO que tu vai ver o que o Sr. Paixão Côrtes já falou sobre o assunto. Toda a conversa foi retirada do livro “Falando em Tradição e Folclore Gaúcho”, de 1981.

Foto: RadioSul.net

Ao ser perguntado a falar um pouco sobre o machismo ‘tradicional’ do gaúcho, Paixão retoma fatos históricos da formação do gaúcho: “Quando eu falo em sociedade gaúcha me refiro àquela formada só por homens. Esta característica que vem dos primórdios, se estende até os dias atuais. Com isso, não quero dizer que nós não reconheçamos a importância da mulher.” E conclui: “Não se pode cortar uma tradição de um momento para outro. Na verdade, eu acho que nós não sejamos machistas, nós somos homens. O gaúcho é homem, o machista tem outra posição.”

Fica claro, que a atribuição que se dava na década de 70 quanto ao machismo do gaúcho, é um pouco diferente das dos dias de hoje, mas será que mudou muita coisa? O Sr. Paixão explica que o homem gaúcho foi forjado dessa maneira. Que uma cultura não muda de uma hora para outra. E mesmo que já façam alguns anos desde essa entrevista, é um processo lento, mas que hoje muitos movimentos estão lutando para mudar essa história.

Foto: Rede Globo

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Paixão inclusive arremata: “(…)este chamamento só pode ser atribuído por outros; não por nós do Rio Grande. Se nossa formação de homem a cavalo, sustentando, por mais de um século e meio lutas em defesa da Pátria, e em constantes revoluções, retemperou a maneira de ser, a personalidade de nossa gente, reagindo em relações aos inimigos da Pátria e aos inimigos de ideias geradas aqui no Rio Grande do Sul, isso pode representar machismo para os outros.

Uma coisa gostaria de deixar bem claro. Nós da Estância Virtual não apoiamos nenhum ideal de machismo. Não achamos que se pode justificar tais atitudes com “desculpas históricas”. O que o Paixão quis dizer, é que sim, historicamente foi o que moldou a personalidade de todo um povo. Hoje, em 2016, não é mais cabível aceitar tais atitudes.

Foto: Tribuna da Notícia

A mulher, historicamente, sempre viveu para servir ao homem. Foram diversas lutas para buscarem seus direitos, pouco a pouco. Porém, a mulher gaúcha, sempre foi diferente. E não digo isso por mim, e sim pelas palavras do francês Saint-Hilaire em 1820: “Aqui as mulheres nunca se escondem à aproximação de estranhos. (…) Todas as mulheres que tenho encontrado tem conversado comigo, proporcionando-me gentilezas, e hei observado que em geral elas possuem melhor bom-senso que os próprios maridos”.

Que tal essa? Hoje não conseguimos imaginar um mundo onde as mulheres vivem para servir aos homens. Cada vez ocupam cargos políticos mais elevados, melhores posições no mercado de trabalho, maior representação social… Até mesmo no campo cultural, temos diversos exemplos de mulheres que lutaram para levar a música gaúcha adiante, como aBerenice Azambuja, Shana Muller, Juliana Spanevello e tantas outras…

Foto: Rede Globo

A verdade é que com esse texto, queremos ressaltar que se o Gaúcho atualmente ainda é machista por “fatos históricos” da formação, temos que mudar! Temos que evoluir, temos que melhorar! Se formos falar do meio tradicionalista, cada vez mais as mulheres precisam se envolver em atividades culturais, em grupos de dança, na patronagem dos CTGs, afinal, espaço para boas ideias tem em todos os lugares, basta que se tomem ações para tentar mudar. Então tu PRENDA que está lendo, comece a mudança por ti mesma, e depois vá a luta. E aos peões, já está mais do que na hora de abrirmos a cabeça para novas ideias, novas lutas, novas causas…

Se por acaso tu gostou de saber um pouco mais sobre temas como esse, não pode deixar de ler sobre o Tradicionalismo nas Escolas, as Mudanças Obrigatórias nos CTGs, o Início das Danças Tradicionais, a Origem do Gaúcho: quem foram e quem somos e por aí vai. Um forte abraço, e não esquece de curtir nossa página no Facebook, e compartilhar com a gauchada esse tema que merece destaque!

#PaixãoCôrtes #Mudança #Machismo #Prendas #Mulheres

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