Hoje, dia 26 de Março de 2020, Porto Alegre completa seu ducentésimo quadragésimo oitavo aniversário.
A nossa Capital do Estado, a casa de todos os gaúchos, que possui uma área aproximada de 496, 685 km² e uma população de 1.480.000 pessoas, nascida a partir da chegada dos primeiros casais açorianos ao Rio Grande do Sul (pouco depois de Florianópolis), em meados do século XVIII.
Para ficar esta data, aqui, simbolicamente marcada, segue uma imagem, pouco conhecida, inclusive por seu nome e suas dúvidas, acerca da geografia, intitulada “Paranaguá”, realizada pelo francês Jean-Baptiste Debret, como sendo justamente da antiga Vila de Nossa Senhora do Rosário de Paranaguá, fundada em 1648 no Paraná (quadro de 39 cm x 58 cm, em litografia – ano aproximado de 1827).
A imagem se encontra em “Debret e o Brasil – Obra Completa” (Bandeira e Corrêa do Lago, 2008 – p.308), reproduzida também em “Viagem Pitoresca”.
Segundo os especialistas, trata-se, na verdade, de nossa Porto Alegre, tendo seu nome posto como um equívoco (ou, segundo aquela hipótese de que Debret não teria vindo ao Rio Grande do Sul, na verdade). A imagem teria sido registrada a partir da estrada do atual Bairro Navegantes (Avenida Castelo Branco) com a antiga chácara de Dom Diogo de Souza, a esquerda, de quem olha o quadro.
Acima da estrada são visíveis os dois Moinhos de Vento, que existiam, onde hoje é justamente o Bairro Moinhos de Ventos. Já, no lado direito, está a colina da Praça da Matriz, a antiga Igreja (substituída pela atual Igreja Matriz), o velho Palácio do Governo (demolido e substituído pelo hoje Palácio Piratini), tendo a sua direita a antiga “Bailanta” (salão de bailes de Porto Alegre, onde hoje está a Assembleia Legislativa do Estado) e, já na praia, a Praça da Alfândega .
No canto esquerdo está o Caminho Novo (atual Voluntários da Pátria), onde se pode ver a exuberância da vegetação que cobria muitas chácaras na região, mas que foi totalmente urbanizada posteriormente.
O Império do Divino, a Velha Igreja Matriz e o antigo Palácio do Governo
As dúvidas surgem, pois, a igreja de Paranaguá não possuía duas torres, com o a representada na imagem (e a de Porto Alegre sim, possuía as duas), além de que, também não estaria na imagem (de maneira clara), o nosso Mercado Público de Porto Alegre, nem o nosso Theatro São Pedro e seu prédio gêmeo, a posterior também demolido (infelizmente). Há outras duas telas de Debret acerca de Paranaguá, porém mostrando uma paisagem mais afastada e um morro algo bem mais íngreme do que o desta imagem.
Mercado Público