O dia 08/03 – Dia Internacional da Mulher – nunca foi tão importante e reflexivo como o ano de 2019.

Foi nítido que nos últimos meses, muitas notícias relacionadas ao machismo, violência e desvalorização contra as mulheres vieram à tona, pelas redes sociais, canais de mídia e até mesmo em rodas de conversa.

Percebi também, que esses acontecimentos SEMPRE estiverem presentes, talvez de uma forma velada, camuflada… Por vezes os noticiários manipulam acontecimentos de forma que a culpa seja sempre da vítima, na maioria dos casos, a mulher.

Mas, a VÍTIMA NUNCA É A CULPADA.

De uns tempos pra cá, eu percebi que o machismo está em tudo, tudo mesmo. E pra ser sincera até uns anos atrás, eu pensava que só era machismo quando um homem agredia fisicamente uma mulher, o resto era normal, que tola e ingênua eu fui.

Para mim e tantas outras mulheres, era normal estar andando na rua e mudar de calçada porque um grupo de homens estava logo à frente, era normal receber cantadas e assobios calada, era normal estar em uma festa e um homem pegar no meu cabelo, no meu braço, mesmo eu dizendo que não.

Era normal ter um poder de fala menor, por simplesmente ser mulher. Comecei então a refletir e compreender que em praticamente todos os lugares que eu frequento, eu vivo uma realidade machista.

Quando eu estou com meu namorado e outro homem que é nosso conhecido, cumprimenta ele e me ignora, isso é machismo.

Quando um homem (hétero) pode andar na rua com mais tranquilidade do que eu, isso é fruto de uma sociedade machista.

Quando eu estou em um baile e um homem me tira para dançar e eu não posso negar “porque dar carão é feio”, isso é puro machismo.

CTG S.A.Powered by Rock Convert

Quando um homem fica com tantas mulheres, quanto eu, mas ele é o garanhão e eu sou a piranha, isso é resultado de uma cultura machista.

Quando as pessoas se remetem a alguém falando “a mulher do fulano”, isso é machista meu jovem, até porque eu nunca escutei ninguém falar “o homem da fulana.

Depois que eu me tornei uma pessoa mais reflexiva e passei a compreender melhor a realidade do machismo, muitas coisas que antes eram aceitáveis, hoje já não são mais. Eu não me calo mais, quando alguém do meu grupo de amigos menospreza ou faz “piada” por ser mulher.

Eu não aceito ver um homem humilhando ou violentando uma mulher. Eu não compreendo quando o homem quer me explicar sobre o machismo, sendo que ele não viveu um dia se quer na pele de uma mulher.

Talvez seja mais difícil viver assim. Nem sempre as pessoas vão compreender e lutar ao teu lado, sentir tuas dores. Sempre terá alguém para tentar nos calar.

Mas não podemos desistir.

Nós já conquistamos muito e ainda é só o começo.

E para todas as mulheres que como eu, fazem/fizeram parte de CTG, que sim, desculpem a sinceridade, é um lugar coberto de machismo, nós não podemos deixar de lutar.

Nós não somos a sombra de um peão, patrão ou posteiro. Não somos a china que o velho gosta e quer e muito menos a mulher que ajoelha e chora.

Basta! Nós temos opiniões e questionamentos.

Não somos apenas a demonstração de delicadeza e beleza, nós representamos a força e a história da mulher gaúcha, que muito fez e ainda faz corajosamente pelo nosso Estado.

Eu queria terminar essa reflexão dizendo que eu tenho muita sorte de ter ao meu lado pessoas que compartilham do mesmo pensamento, me apoiam e lutam junto comigo.

“Feliz” Dia Internacional da Mulher.

Jéssica Amaral de Sena.

#Mulher #Machismo

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui