“Tchê, quem foi afinal o tal do Gildo de Freitas? Que música ele cantava? Fez sucesso ou não? Era gente boa, ou nem tanto? O que ele tem a ver com o Teixeirinha? Ele era grosso mesmo ou não?”

Buenas moçada, firme e forte?

Tu com certeza já ouviu falar nesse nome: Gildo de Freitas.

Quem nunca cantou: “ME CHAMAM DE GROSSO, E EU NÃO TIRO A RAZÃO. EU RECONHEÇO A MINHA GROSSURA!!”.

É fato que Gildo de Freitas foi um dos maiores nomes da música gaúcha sem dúvida, e ficou muito conhecido por ser um dos melhores trovadores de sua época, tanto que era conhecido como o Rei dos Trovadores, e hoje existe um estilo de trova que leva o seu nome.

Seu nome de batismo foi Leovegildo, mas ficou conhecido desde cedo como Gildo.

Nascido no Passo D’areia, no dia 19 de julho (que até então era zona rural de Porto Alegre), filho da gaúcha Georgínia e do castelhano Vergílio, produtor de hortaliças.

Aprendeu a tocar gaita de 8 baixos sozinho, com a gaita de seu irmão, onde pegava sem o mesmo saber. Não completou o ensino primário, mas conhecia como poucos a lida campeira, o que acabou por tornar uma das maiores fontes de sua inspiração. Gildo sempre teve facilidade para compor sobre qualquer tema – humor, natureza, religião, mulheres, peões e por aí vai porteira a fora!

Fonte desconhecida

Agora um causo dos mais gaúchos sobre o grande Gildo!!

Aos 18 anos Gildo de Freitas animava bailes em diversos locais da Região Metropolitana. Um desses bailes foi interrompido no meio da noite pela polícia.

Otavio de 17 anos, amigo de Gildo e responsável pela música juntamente, era um guri esquentado. Reagiu a ordem dos policiais dizendo que não iriam parar com o som coisa nenhuma.

Os policiais por sua vez não admitiram ter suas ordem não obedecida. O clima esquentou, garrafas e cadeiras voaram para todos os lados e Otavio acabou baleado.

Ao ver a queda do amigo, Gildo resolveu se entregar. Terminando com as brigas imaginou que o parceiro receberia atendimento logo. Acabou sendo pior! Dominado pela polícia, apanhou ainda mais. E ao ser informado da morte do companheiro, revoltou-se tanto que jamais conseguiria encarar um homem fardado sem reagir de forma violenta pelo o resto de sua vida.

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Dizem as más línguas, que foram precisos cinco policiais para colocar o Gildo dentro da cela.

Gaúcho por demás o vivente!

Por essas e por outras se diz que Gildo de Freitas, gaiteiro, trovador, poeta popular e um grande brigão jamais entrou em pé em uma delegacia. Em todas às vezes (foram várias) que foi preso precisou ser arrastado para a cadeia e por muitos policias.

Fonte desconhecida

Mas que tal essa hein che? Pouco galo véio o xirú? Os tempos eram outros, e a coisa era resolvida de outra forma também! Upa pa pa! Segue abaixo algumas informações retiradas do Blog Galpão Crioulo, na série Figuras Gaúchas, de junho de 2013.

Gildo andava sempre armado. Ou um revólver, ou uma faca na cintura. E vivia na cadeia. Em 1950, ao conhecer Getúlio Vargas, em São Borja, cessam as prisões. Em 1956, Gildo é a principal atração do Programa Grande Rodeio Coringa, nas noites de domingo, na Rádio Farroupilha. Nesse período, ele faz parcerias com Teixeirinha. No início da década de 1960, o rádio começa a perder para a televisão. Gildo abandona a arte para se dedicar à criação de suínos.

Em 1964, o primeiro álbum da carreira começava com o sucesso “História dos Passarinhos”. Um ano mais tarde, lança o segundo disco, “Vida de Camponês”. A música “Baile de Respeito” dá início à disputa com Teixeirinha, que retrucaria com “Baile de mais Respeito”. O entrevero entre a dupla teria sido uma estratégia para que ambos vendessem mais discos, porém essa versão nunca foi confirmada, e não se sabe ao certo se foram rivais, ou então grandes amigos!

Fonte desconhecida

Em 1977, o trovador inaugura a Churrascaria Gildo de Freitas, em Viamão. Era o início da história dos bailões no Rio Grande do Sul. Em 1982, a música “Reconheço que sou Grosso” faz sucesso.

Gildo morreu em 1983 e foi enterrado como desejava: pilchado e sem caixão. Está escrito na sua lápide: “Aqui descansa um gaúcho que honrou a tradição”.

Existem algumas histórias que merecem referência, como por exemplo a música “Prova de Repentista”. A música inicia com o locutor anunciando Gildo de Freitas ao palco e pede para que a plateia escolhesse um tema para que o Gildo fizesse os seus versos. Então um malandro prende o grito: fala sobre a vovozinha!! Então o locutor interviu, em defesa de Gildo, que o mesmo mudasse o tema. Porém, como esperado, Gildo de Freitas não vê problema algum com o tema, e acaba dando no meio do malandrão que quis pegar ele no pulo.

Che, teríamos muita prosa sobre o Gildo, ainda mais por ser uma figura única no nosso cenário gaúcho. O que devemos sempre deixar registrado, é que graças a ele um novo estilo de música nasceu. Versos simples. Versos sobre as coisas de nossa terra. Sempre tratando em suas letras o respeito com os mais velhos, com as mulheres, com qualquer pessoa que mereça respeito. E é claro, falar mal dos que não merecem respeito. Mazá galo véio! Quem tiver um tempo, escuta algumas músicas no Youtube que está cheio, com prioridade para “Eu Reconheço que sou Grosso”, “História dos Passarinhos”, “Eu não sou convencido”, “Definição do Grito”, “Lembrança do Passado” e tantas outras!

“Me chamam de grosso, eu não tiro a razão; Eu reconheço a minha grossura; Mas, sei tratar a qualquer cidadão, Até representa que eu tenho cultura; Eu aprendi na escola do mundo, Não foi falquejado em bancos colegiais; Eu não teve tempo de ser vagabundo, Porque quem trabalha vergonha não faz.”

Foto: IGTF

#GildodeFreitas #Música #Trova #Polícia

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