Buenas gauchada, como estão?
Pode não parecer, muitas vezes não damos tanto valor, mas se tu reparar bem a Guaiaca é a peça mais útil pra qualquer gaúcho.
Isso eu não falo só de agora, e sim da funcionalidade histórica da peça.
Buscando algumas informações no livro “Gaúcho: Dança, Traje, Artesanato” de João Carlos Paixão Côrtes, confirmamos esta ideia.
A peça é muito antiga, e na verdade substituiu outra, chamada de chuspa que era uma pequena bolsa de couro sovado ou até de tecido, onde o gaúcho carregada seu dinheiro e o palheiro (até o início do séc. XIX).
“As chuspas além de raras, tinham emprego quando ainda não havia surgido a guaiaca (com características atuais), já que a própria faca o gaúcho primitivo a carregava metida no cano da bota, como se vê em quadros de Debret…”
Ou seja, por não ter a funcionalidade necessária, foi caindo em desuso…
“Relacionada ao nosso gaúcho, a guaiaca – como uma pequena bolsa solitária – veio a se constituir, em determinadas regiões, numa peça inteiriça, uma espécie de cinto longo que, além de carregar os elementos acima mencionados, servia para prender o chiripá, ceroula, bombacha e calça. Sabe-se que uma das principais características de um elemento folclórico é a funcionalidade. (…) a pólvora abriu caminho para uma nova fase: a das armas de fogo. O gaúcho se viu obrigado a reforçar o seu cinto, para receber além da faca, agora uma boca de sino de tirar chispa de fogo de pederneira.”
Que tal? Aos poucos, além de segurar as peças de roupa, transportar o dinheiro e os avios para fazer o palheiro, precisava aguentar o peso da faca e das armas, que podiam inclusive ser mais de uma.
“Assim a guaiaca foi se tornando mais larga e forte, diante dos elementos que a ela se iam ajustando por natural funcionalidade da época e caráter de trabalho pessoal.”
Hoje os guasqueiros do país todo sabem fazer obras de arte no couro, e assim também, nas guaiacas!
“Se hoje vemos belos trabalhos artesanais de couro em guaiacas, elaborados por guasqueiros que são verdadeiros, artistas, não podemos deixar de registrar que no século passado (e até mesmo nos primórdios deste) encontravam-se verdadeiras jóias dessa peça…”
E assim, entram em destaque as guaiacas bordadas:
“Linhas coloridas, flores, ramos, ponto de agulha, ponto cheio, rococó, predominavam, dando requinte à peça que, frequentemente, era adornada com florões de prata ou algumas moedas de ouro, de prata ou mesmo por botões gauchescos afora, naturalmente, correspondente à fivela (com moedas ou não). Ainda em guaiacas bordadas, algumas apresentam requintes de pequenas franjas aplicadas aos bordos dos bolsinhos. Estes não iam além de três: um central maior e dois laterais menores, com tampas, onde pequenas moedas ou botões os abotoavam, isto nos gaúchos de posses.”
E quem conhece uma guaiaca bordada sabe o valor que tem!
Mas e a guaiaca de hoje, como é o padrão mais encontrado?
“Hoje o nosso homem do campo usa a guaiaca feita geralmente de couro curtido de vacum (vaqueta), com recintos (bolsinhas) de variados tamanhos, para receber dinheiro, guardar documentos, palhas, fumo, relógio, além de um coldre fixo ou avulso para colocar o revólver. De confecções industrial (costura a máquina) ou artesanal, enriquecida com ponteios de tentos, por guasqueiros ou trançadores, esta peça aperta a cintura do homem, através de uma lingueta e uma fivela simples, de alpaca ou prata. Guaiacas de couro de veado pardo, de jaguatirica, de gato-do-mato, de lontra ou de ratão do banhado são menos frequentes de se encontrar hoje, em razão das leis governamentais de proteção e preservação dessas espécies.”
Che, vou te dizer, guaiaca de qualquer um desses bichos é a coisa mais linda de se ver, mas realmente é cada vez mais raro.
E pensa que o livro foi escrito na década de 70! Então imagina hoje…
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Forte Abraço!