O maio também é delas!

Ahhh… as costureiras… elas me enchem de orgulho!

Elas ajudam a costurar as nossas histórias…

Então elas não são só costureiras. Não acham? Elas são intelectuais dos tecidos. Enquanto juntamos letras e contamos histórias, elas juntam tecidos e criam obras de arte. E, nos transformam em protagonistas.

Com essa rica imagem, dessas prendas lindas do CTG Rincão da Lealdade, homenageamos todas as costureiras que, de forma anônima, nos transformam em protagonistas. (Fonte: Su Nery fotos – imagem cedida por Vanice Lorandi)

Elas são as grandes responsáveis por fazerem com que a nossa beleza impacte nos palcos.

Os instrutores que me desculpem, mas é o nosso vestuário que chama mais atenção… as vezes mais que a dança. Antes de começarmos a dançar, a indumentária já enche os olhos da plateia. Os olhos se “esticam” todo para ver o modelo, o tecido, a modelagem… tudo (eu não sei vocês, mas eu sou assim …rs…).

E são também elas que fazem com que as coisas deem certo.

Parte sucesso do seu grupo são delas sabia?! Mas raramente vejo alguém lembrar…

Se a modelagem não estiver de acordo, nem conseguimos dançar – trava tudo; se os botões não estiverem bem pregados, corre-se o risco de estourar no palco – e tudo vai por água a baixo; se o vestido estiver alguns centímetros mais curto – planilha nele …rs…; se o local onde deve-se colocar o lenço não for pensando – a Tirana fica sem lenço, pois já caiu no chão faz tempo …rs…; Se o chiripá ficar curto – avemaria; se o colete ficar apertadinho – jesus!; e, se a bombacha não estiver harmônica com o seu corpo – vai parecer um circo mesmo!

Algum dia saiu algo errado com a sua indumentária? Acredito que sim, e também aposto que você, ou não foi provar, ou pegou as pressas minutos antes o rodeio, ou não soube explicar o modelo, comprou o tecido errado (normalmente, menos do que tem que ser), ou, ou, ou…

Aí você vai me dizer, “ela que não sabe costurar direito…” (…rs…) Tá! Você está levando um modelo do século XIX pra ela fazer e quer que ela tenha bola de cristal para fazer exatamente como se usava. Essa é uma responsabilidade sua, de estudar e levar o tecido e o seu conhecimento pra explicar pra ela. As costureiras sabem as técnicas, os pormenores históricos das peças, você tem que saber.

Aliás, temos que saber a dança…. os modos (entre muitas outras coisas), e nem sempre fazemos certo – muitas vezes erramos a dança e não temos modos por aí (…rs…), mas a culpa é de quem? Da costureira que fez o vestido apertado. #avemaria hahhaha

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Claro que não é!

Elas são umas preciosas…. e parte importante do processo, muito mais do que imaginamos.

Elas nos vestem de amor próprio (…rs…). Elas são artistas. Sim. Se temos pouco seios (…rs…), pedimos para elas darem um jeito de parecer mais; Se temos uma gordurinha, pedimos para colocar um forro estruturado para disfarçar; se somos pequenas, pedimos para fazer modelo inteiriço; Temos pouco bumbum, pedimos para caprichar nas anáguas atrás. (hahahha Sim. Somos bem assim!)

Elas nos transformam! Não nascemos belas assim. Nos transformamos em pura beleza, com a ajuda de muitos profissionais, entre eles – as preciosas costureiras.

E neste dia, queremos homenagear todas as costureiras que enriquecem a nossa cultura.

Toda a nossa gratidão por essas lindas, que passam horas sobre uma máquina de costura, que forram aqueles botões manualmente para ficarem perfeitos; que cuidam para que a cor da linha seja igual a cor do tecido, que lutam para que os encaixes da modelagem fiquem perfeitos em nossos corpinhos nada perfeitos …rs…, que entram madrugada a dentro para entregar o vestido e a bombacha daqueles “queridos”, que levaram para fazer 24 horas antes do rodeio…Aff.

As máquinas de costura são, muitas vezes, suas confidentes… ali elas choram, elas rezam, elas agradecem por ser seu sustento (e você ainda deixa para pagar depois… aff), elas riem sozinhas, elas amam….

Toda a nossa gratidão a vocês!

E se podemos fazer um pedido para Deus, então que ele dê muita saúde e amor para que continuem nos cobrindo com suas artes!

Vocês são especiais!

E, por todo o amor que tenho pela cultura do vestir, pela minha mãe costureira – que amo demais, e com essa música linda “De alinhavos e chuleios” do Diego Muller e Leonardo Borges, a nossa homenagem aqui do Estância Virtual para todas as costureiras.

Faça uma homenagem para quem te deixa linda!! Marque o nome da sua costureira e compartilhe!!

Com carinho

Edinéia

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Edineia Pereira é graduada em História pelo Centro Universitário de Brusque – UNIFEBE; Design de Moda pelo Centro Universitário Carlos Drummond de Andrade; Especialista em História Cultural pela Facel; Mestre em História pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUC/RS e Doutora em História pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC/SP, com pesquisas e obras sobre o Gaúcho. Há dez anos se dedica a docência nos cursos superiores de Design de Moda e Arquitetura e Urbanismo, ministrando disciplinas de História da Arte, da Moda, da Indumentária e da Arquitetura. Atua na área de gestão universitária com pesquisa, extensão e cultura, como membro do Conselho de Ética em Pesquisa CEP/CONEP e Conselheira Municipal de Cultura. Participa efetivamente do Movimento Tradicionalista Gaúcho há trinta anos. Foi Primeira Prenda do MTG – SC e Primeira Prenda da Confederação Brasileira da Tradição Gaúcha – CBTG.

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