Por que o ENART apresenta diversos grupos de Danças com Pilcha toda igual, enquanto dos grupos Campeiros apresentam com pilchas totalmente diferente umas das outras?

Antes de conversarmos sobre este assunto considero importante comentar que este assunto é uma OPINIÃO nossa, com base em conversas com algumas pessoas, mas não é uma REGRA ou uma CONCLUSÃO, e muito menos busca definir qual está certo e qual está errado.

O fato é que muitos se questionam sobre este assunto. Por que em um lado é de uma forma, e do outro é de outro?

Se quiser saber sobre este assunto em vídeo, deixamos o link no final do texto, aproveita e te INSCREVE em nosso Canal!

CAMPEIRO, FEGADAN, VACARIA…

A principal definição que acreditamos, é que o os grupos Campeiros buscam interpretar em palco uma espécie de Baile antigo, retratando que uma prenda ou um peão não sairia com roupa IGUAL a de outro gaúcho, seja por cada um ter a sua própria AUTENTICIDADE ou então simplesmente por vaidade.

Ninguém gosta de usar uma roupa igual de outra pessoa, certo? Sair de “par de vaso”.

Esse é um argumento.

Essa ideia de representar um baile porém, não deve ser levado ao pé da letra, pois existem todas as indumentárias em palco, independente da época, ou seja, historicamente não “bate”.

Uma bombacha não foi vista ao lado de um Saiote, por exemplo.

Acredito que a busca por ter o maior número de trajes, modelos, cores, peculiaridades é pelo “medo” de que determinadas peças acabem se perdendo no tempo, e fiquem esquecidas.

Logo, busca manter vivo o maior número de representações AUTÊNTICAS que o gaúcho de outrora tenha usado.

Bueno, um lado está visto, sob a nossa ótica simples.

ENART

O ENART, porém, não representa um baile e sim uma ÉPOCA.

Além disso, pode representar UM PERSONAGEM desta época, e então, utilizar a INDUMENTÁRIA deste personagem em todos os dançarinos no palco.

CTG S.A.Powered by Rock Convert

O argumento é outro. Representar uma época é totalmente diferente, pois precisa coincidir a forma que os gaúchos desta ou daquela época dançavam, com a sua própria roupa.

Para quem não é habituado a assistir, se reparar, irá notar que os grupos que dançam com trajes mais Primitivos, tendem a dançar também com um estilo mais “solto”, mais “largado”, diferente dos que dançam com trajes mais finos, que também dançam mais “contidos”.

Pilcha Gaúcha

Mas então, existe um “mais certo” que o outro?

Acreditamos que não! Gostamos da ideia de representar muitos trajes em palco, principalmente pelo lado cultural, de não deixar as peças se perderem, mas também gostamos da representatividade de um personagem, pois é um recorte do tempo e do espaço em que aquele Gaúcho viveu, e isso também é um grande resgate cultural (desde que feito com embasamento e pesquisa).

Outro detalhe que não comentamos sobre INDUMENTÁRIA, mas é importante, são as obras “aceitas” entre um e o outro lado.

O ENART até uns anos atrás, aceitava todas as pesquisas, desde que fossem fundamentadas, de diversos autores. Hoje mudou um pouco, onde a base é apenas o próprio livro do MTG. Muitos reclamaram disso, pois limitou ao que está lá, não incentivando a busca por “novidades”.

Trajes Gaúchos

Foto: Lidiane Hein

O lado Campeiro, trabalha quase que com exclusividade com as obras de João Carlos Paixão Côrtes, não aceitando outras indumentárias. Claro, existe uns detalhezinhos que podem na Vacaria e não no Fegadan, mas isso não vem ao caso.

Apenas um exemplo: Chapéu Pança de Burro.

No ENART, é natural.

No Campeiro, não é utilizado, principalmente sob o argumento de que o Gaúcho do Rio Grande do Sul não o utilizou, e sim, os Gaúchos Platinos, então não é uma peça daqui.

Mas bueno, acredito que conseguimos colocar nosso ponto de vista, e essa é uma discussão interessante.

Caso queiram contribuir sobre este assunto, é só comentar lá nosso post no FACEBOOK.

Já escrevemos bastante sobre INDUMENTÁRIA, então se te interessar, procura na barra de pesquisa aqui do site, que vai achar muita coisa legal!

Forte abraço, e vamos proseando!

#Indumentária #Pilcha #Roupa #DANÇA

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