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O FEART– Festival Artístico da 14ª RT surgiu com vários objetivos: unir a região, proporcionar eventos, promover a melhoria das entidades, promover o crescimento de forma geral para todos os envolvidos.

“Sou Rodrigo Muller, coordenador do FEART – Festival Artístico da 14ª RT e vou contar a história do surgimento do festival que, de forma simples, conquistou muitos adeptos e sentimos que veio realmente para fazer a diferença.

Me considero um sonhador, participante do CTG Guido Mombelli da cidade de Tapera/RS e que há época era patrão da entidade. Observava os eventos e festivais existentes, e sentia que não teríamos possibilidade de participação. Os grandes eventos se tornaram inatingíveis para entidades pequenas, que querem fazer a primeira apresentação, ou ainda com poucos recursos financeiros  para investir em conjuntos musicais ou deslocamento e estadia para seus grupos.

Percebo que está ficando cada vez mais difícil manter nossa cultura e as pessoas dentro do tradicionalismo. Um dos motivos é que muitas pessoas acreditam que tudo deve ser realizado em um “modelo perfeito”, mas esquecem que, tudo tem um começo e uma criança por exemplo, antes de tudo, tem que pegar gosto pelo que ela representa, e para pegar gosto, tem que ser valorizada a sua maneira. Assim como as entidades precisam galgar degraus para alcançar os resultados esperados e a melhoria desejada.  Como patrão sabia que tinha a responsabilidade mas me sentia de mãos atadas diante das dificuldades, e por isso fui em busca de apoio dentro da 14ª Região Tradicionalista para a realização do FEART.

Inicialmente contatei a Diretora Cultural, Priscila Tatim e o Coordenador Valdinei Pereira, apresentei as ideias, os motivos e o sentimento de vontade de fazer acontecer o festival. Recebi o apoio e incentivo, e busquei mais pessoas para somar ao projeto. Chamados para a construção o instrutor de danças do CTG Guido Mombelli, Vilmar Stefanello e Viviane Pagnussatt Petter participante do C.F. Os Riograndenses de Espumoso, e apaixonada pelo movimento.

Formamos a 1ª comissão para elaboração do Regulamento. Rodrigo Petter foi incluído na coordenação. Como a 14ª RT é uma região grande, e mista no sentido de “estilos de danças” também foi chamado para contribuir o coordenador Artístico da Região César Sonda e Juliano Barden, há época instrutor do CTG Sinuelo das Coxilhas, de Espumoso.  Pela minha insistência, consegui reunir muitos patrões de entidades da região que possuíam invernadas artísticas, e no dia 25/08/2018 em reunião realizada na sede do CTG Guido Mombelli em Tapera, debatemos e aprovamos o regulamento, iniciou-se assim, o FEART – Festival Artístico da 14ª RT/RS.”

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Foto: Lidiane Hein

SOBRE O FEART

O objetivo principal sempre foi valorizar e respeitar os trabalhos das entidades. O diferencial do festival foi construí-lo sem separação de “estilos”, mas buscando a valorização da essência da dança, o que é comum para todos, e trabalhar a possibilidade de crescimento das invernadas, através de reuniões e painéis, conversando com instrutores, estudando as danças e seus fundamentos. Além das danças, o festival busca valorizar as modalidades individuais, oportunizando a participação e crescimento de todos.

Muitos podem pensar, mas qual a diferença de outros festivais? A diferença, está justamente na busca da essência e dos fundamentos das danças, contribuindo para que invernadas tanto do “estilo” Enart, como “estilo” Campeiro, possam melhorar. Além disso, a facilitação para que entidades menores, que nunca haviam participado de concurso, pudessem participar.

Outro diferencial é a valorização de pessoas da região. As manifestações e opiniões das entidades que fazem parte do festival são respeitadas. A comissão avaliadora é composta por pessoas da própria região, instrutores ou pessoas com grande vivência, são indicados pelas entidades, a regra é que todos devem participar das reuniões e painéis, alinhando conhecimentos e pensamentos.

Mais uma forma de proporcionar um grande desenvolvimento, pois partilham os conhecimentos e a experiência de avaliar. Muitos tiveram a oportunidade de avaliar pela 1ª vez no FEART. “Percebe-se muito comprometimento das pessoas,  e o que me deixa feliz que não é o engajamento comigo, por ter iniciado, mas pelo que o festival representa.”, destaca Rodrigo Muller.

“Como disse, uma das dificuldades das entidades é a parte financeira, por isso o musical é opcional. Entendemos a importância e valorizamos muito o musical, esperamos que isso evolua nas próximas edições.” (Rodrigo Muller)

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A 1ª Edição do festival realizada em 2018/19 teve 05 etapas. Na 2ª Edição serão 6, a 1ª Etapa ocorreu em 24/11/19 em Soledade/RS, sediado pela entidade GAN Vaqueanos da Cultura e contou com 49 invernadas artísticas, e mais de 150 candidatos nas modalidades individuais. Cada vez aumenta a procura, inclusive de outras regiões tradicionalistas. O que também mostra o resultado positivo, e a visível melhoria de todas as invernadas, a cada apresentação, percebe-se o crescimento, e isso mostra o objetivo sendo alcançado.

Tudo no FEART é pensado para facilitar a participação, o regulamento diz que deve ser executado em apenas 1 dia, no domingo, e inclui a categoria pré-mirim em quase todas as  modalidades. Nesta 2ª edição, foi lançado uma proposta diferente para a modalidade danças pré-mirim – não há concurso, todas as invernadas participantes recebem troféu imediatamente após sua apresentação. Deve apresentar 2 danças de projeção folclórica e 1 nova brincadeira infantil a cada etapa – isso visa incentivar “criança dançar como criança”, tirar todos da zona de conforto, fazendo com que os ensaios sejam divertidos e prazerosos para os pequenos. Nesta última etapa foram 13 invernadas e foi um espetáculo à parte.

“O que nos motiva, a continuar e melhorar cada vez mais é o sorriso, o  choro de emoção ao ganhar um troféu, observar a evolução dos grupos e individuais, e ver que estamos nos fortalecendo como região. Fortalecendo para que possamos deixar um legado, e que seja um caminho de respeito e de bem, e despertar principalmente que o “ser gaúcho” é ser simples, e que os valores devem sempre estar presentes em nossas atitudes.”

Rodrigo Muller e Viviane Pagnussatt Petter

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A 14ª Região Tradicionalista é uma região grande onde cada entidade desenvolve suas atividades individualmente, seguindo sua própria forma de dançar. O desafio – maior na parte das danças, era conseguir desenvolver um festival, que atendesse aos diferentes “estilos” respeitando esta individualidade mas promovendo a integração, o crescimento e “democratizando as informações” de modo que, cada entidade pudesse trabalhar da melhor forma nas entidades para o festival, mas acima de tudo, promover a melhoria, o crescimento para também continuarem participando de outros eventos sem distorções ou mudanças para agradar este ou aquele evento.

Era de fundamental importância o entendimento de todos quanto aos propósitos do festival, principalmente no que se referia ao crescimento e desenvolvimento das partes cultural e artísticas das entidades e da própria 14ª RT. O festival devia ser uma experiência única em prol da nossa região, permitindo compartilhar as experiências de todos e engrandecer os eventos diminuindo as distâncias e destacando a finalidade de todas as entidades – a preservação da nossa cultura.

Desta forma uniram-se várias pessoas de diferentes locais, muitas nem se conheciam, para dar início a este projeto. Desde o início os objetivos eram bem definidos, e todos se engajaram na ideia. Desde a 1ª edição realizada em 2018/19, buscou-se democratizar as decisões através da participação das entidades. Assim com o “Painel de Danças”, foi possível alinhar ainda mais os pensamentos e iniciou-se o FEART.

 

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