Chimarrão deriva de cimarrón, palavra espanhola que significa xucro, selvagem.

No Sul da América do Sul, por volta de 1530, mais precisamente no Paraguai, os nativos (guaranis, quíchuas e outros), bebiam chimarrão em cuias rústicas e bombas de bambu.

O mate por longos anos foi bebida proibida no Paraguai, e foi comercializado na clandestinidade lembrando a época de Al Capone no contrabando de bebidas nos Estados Unidos.

No Brasil os Missionários Jesuítas, no século XVI, condenaram o uso do mate, o chamavam de erva do diabo; anos depois adotaram o seu uso com intensidade.

Em 1858, o Médico Alemão, Roberto Lallemant, por ocasião de sua visita ao Rio Grande do Sul, registrou o uso do chimarrão como um valor folclórico importantíssimo.

O chimarrão ao ser adotado pelas pessoas de posses alavancou a indústria de kites personalizados, mateiras, cuias e bombas, customizadas, com detalhes em pérolas, prata, ouro e diamantes.

Numa rodada de mate não há patrão nem capataz, senhor ou servidor; em igualdade, na condição de mateadores, todos sorvem o amargo como um licor dos Deuses.

Muitos gaúchos usam chimarrão em qualquer hora, porém, o costume de matear ao fim da tarde é prevalente sobre outros horários.

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A Capital Nacional do Chimarrão é Venâncio Aires. Lá foi criada A Rota do Chimarrão em cujo roteiro, além de tudo sob o Mate, o visitante se delicia com o museu agrícola, floriculturas, pontos que destacam a cultura gaúcha, enfatizando a influência alemã na gastronomia, balneários e restaurantes.

Os turistas em Venâncio Aires conhecem todo processo de industrialização da erva e aprendem fazer variadas formas de mate na Escola do Chimarrão.

O chimarrão tem seu dia de celebração em 24 de abril, além disto, é um dos vários símbolos do Rio Grande do Sul.

O chá mate diferencia-se do chimarrão por ser composto de erva seca e servido em xícara. Chimarrão compreende um ritual especial, vejamos:

Chaleira no guarda fogo até 70º (setenta graus), caso não tenhas um medidor de temperatura fique de olho no suor da chaleira. O inicio das bolhas nas laterais é o ponto certo para colocar a água na térmica.

Para o chimarrão tradicional, coloque erva em 2/3 da cuia; com o aparador, tape a cuia e vire a mesma até sentir que a erva esteja em apenas um lado; despeje água morna no espaço livre – para tirar o amargo inicial da primeira cuia – da segunda em diante, use a água da térmica. Insira a bomba na lateral em que está a água, tapando a boca com o polegar, depois destape; se a água da cuia descer, está pronto.

Saboreie com amigos e/ou amores a bebida mais macanuda do mundo, tchê.

SOBRE O AUTOR:

Dr. Francisco Mello dos Santos. Rondonópolis-MT. Advogado Criminalista, Historiador e Professor de carreira. OAB-MT 9550. Especialista em Direito Penal e Processual Penal. Afeito a tudo que diz respeito ao Tradicionalismo e Cultura Gaúcha.

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