A falta de incentivo fora de época de grandes atividades tradicionalistas abertas ao público é um grande problema de algumas entidades e festas espalhadas pelo estado.
Um exemplo é o Rodeio Crioulo Internacional de Vacaria e até mesmo os Festejos Farroupilhas da cidade.
Em 06 de abril de 1958 ocorreu o primeiro Rodeio Crioulo do CTG Porteira do Rio Grande -entidade que até a atualidade sedia a festa-, sob o comando do patrão Getúlio Marcantônio. O evento, que ocorreu em uma área pertencente à Associação Rural de Vacaria, hoje denominada Parque de Exposições Nicanor Kramer da Luz, serviu para comemorar o terceiro aniversário da entidade.
Sua primeira edição teve âmbito intermunicipal, com participação das cidades de Bom Jesus, Lagoa Vermelha e Vacaria. Após três edições realizadas anualmente, a festa tornou-se bienal.
Atualmente, o Rodeio Crioulo Internacional de Vacaria é considerado a maior festa tradicionalista gaúcha, onde peões e prendas de todo o Brasil, e exterior, se reúnem para cultivar as tradições do nosso Estado.
O evento acontece no Parque Nicanor Kramer da Luz, com disputa de provas artísticas e campeiras, além de diversos shows e bailes.
A festa, que teve sua 32֯ª edição este ano teve um enorme reconhecimento e circulação de público. Mas o ponto que queremos chegar não é esse. Assim como o Rodeio de Vacaria, várias outras festas de cunho tradicionalista pelo estado não têm apoio ou incentivo por parte da população fora da época de seus acontecimentos.
A culpa do não incentivo não pode ser da parte de divulgação dos eventos, muito menos das datas em que são realizados. Mas sim da população em geral que não procura frequentar os espaços fornecidos pelas entidades a todos. Com o rápido movimento da globalização, o recuo do interesse pelos cultivos da tradição se torna ainda maior.
Cabe a nós, como tradicionalistas pensar algum método de unir toda essa geração globalizada e o restante da população e assim, voltar a cultivar em peso a cultura gaúcha ao decorrer de todo o ano e não somente perto de datas com festejos, como o Rodeio de Vacaria.
E cabe, também, a população procurar saber das atividades e do cotidiano das entidades da sua cidade e participar, afinal o cultivo da cultura gaúcha é fundamental para o avivamento da mesma.
Que a conscientização comece por nós, e estenda-se para toda a comunidade!
SOBRE O AUTOR:
Arthur Prado, nascido em Vacaria, está dentro do tradicionalismo desde 2011 na mesma entidade desde então. Atualmente, se encontra na gestão de Guri Farroupilha do CTG Querência do Socorro. Um amante da cultura gaúcha e literatura, fotografa e escreve nas horas vagas.