Desde a infância até a fase adulta criamos expectativas referente a que mudanças queremos ver no futuro, seja ele nosso, ou da humanidade. Acreditar nessa mudança é essencial, mas mais do que isso, devemos saber como faremos essa mudança.
Quando crianças, temos a plena certeza de que os mais velhos, com dezessete, vinte ou trinta anos são nossos maiores exemplos. Mas, nós, jovens do século XXI, como vemos os jovens que tinham 18, 20 anos no século XX? E os do século XVII?
O ano era 1947 e jovens que viam suas raízes se perdendo resolveram fazer algo para que essas lembranças não fossem apagadas pelo tempo. Num período em que o modernismo dos Estados Unidos invadira os países vizinhos, o Brasil e em especial o Rio Grande do Sul não fugiram dessa lista.
Esses jovens se rebelaram contra esse estilo de vida, provando que nada mais belo existe do que lutar pelo seu lugar de origem. Ao verem uma bandeira de seu Estado sendo utilizada como cortina, levantam-se questões pertinentes, até hoje.
Que Estado queremos para nós? Um Estado que saiba das suas origens, que saiba de onde vieram seus cultos, suas crenças? Para isso, iniciaram atividades que se fizesse voltar o olhar para essas raízes.
Fazendo jus, às lutas e batalhas de aguerridos homens, na data de 5 de setembro de 1947, após bater de porta em porta pedindo arreios aos cavalos que usariam, o Grupo dos Oito, assim chamado, cortejou de forma voluntária os restos mortais de David Canabarro.
E o que isso tem a ver com “fazer a diferença na sociedade”? Se João Carlos D’Avila Paixão Cortes não tivesse tomado a iniciativa de pedir ao Major do Exército e também Presidente da Liga de Defesa Nacional, que organizavam os Festejos de 7 de Setembro, talvez não teríamos e nem saberíamos o que é a Chama Crioula.
Hoje, tem-se a visão um pouco embaçada sobre o que é tradicionalismo, sobre o que é um movimento organizado, sobre o que é o Movimento Tradicionalista. E nosso papel enquanto juventude é reformular essa visão e promover no nosso meio uma retomada dos valores morais do gaúcho.
É servir de exemplo, não apenas pilchado fisicamente, mas psicologicamente também. Saber que nosso objetivo é ir além das portas de uma entidade, é adentrar escolas e com nossas atividades, nossas danças, nossa cultura, relembrando que todos esses cultos fazem de outros jovens e de outras pessoas, cidadãos mais cientes de suas origens e da proporção que o tradicionalismo possui.
Uma entidade, auxilia o estado na solução de problemas fundamentais em seus três pilares basilares numa sociedade:
A educação, ao disponibilizar para um indivíduo oportunidades de conhecer mais sobre a nossa cultura, sobre as contribuições. Além é claro, de exigir responsabilidades com horários, com compromissos e com deveres. Num CTG dificilmente veremos crianças que não possuem responsabilidades, ou que não cumprem com seus deveres.
A saúde, quando fazemos através de projetos e atividades voltadas à conscientização do não uso de drogas, do outubro rosa e novembro azul, dentre tantas outras formas de manifestações que visem a saúde e o bem estar das pessoas.
Tanto isso é visto em nosso Movimento que no ano de 2013 o Tema Anual era “MTG, em Defesa da Saúde e Bem Estar do Tradicionalista”, tendo como ponto forte a valorização e fortificação da saúde no meio tradicionalista.
No tocante a segurança, dentro dos núcleos familiares dificilmente veremos pais que influenciem seus filhos a usarem de métodos antiéticos para conseguirem seus feitos.
No meio tradicionalista também, pois nesse local, que não deixa de ser um núcleo formador de seres humanos, de cidadãos, dificilmente veremos pessoas, adultas, jovens e idosas influenciando outras a roubarem, a cometerem delitos.
Muito pelo contrário, veremos essas entidades acolhendo esses jovens e adultos para a formação de um município e consequentemente de um Estado mais seguro, para todas as gerações.
Em suma, devemos, seja em qualquer entidade, valorizar a formação pessoal que o tradicionalismo nos proporciona, e a juventude tem sim o dever de propagar essa formação de levar para escolas, para hospitais, para outros meios o conhecimento adquirido.
De que forma? Muitos de nós temos talentos que devem ser aproveitados, cantar, dançar, declamar, tocar, contar histórias, e muitas pessoas precisam e querem nos ouvir, querem ver coisas diferentes e ver isso partindo de jovens para alguns é sensacional!
É mudança!
É revitalizar a cultura gaúcha e isso não fará bem apenas a quem recebe, mas a quem doa e a sociedade em um geral.
E que o tradicionalismo sirva de elo para que entre o passado e o presente se possa construir um futuro com mais Liberdade, Igualdade e Humanidade.
SOBRE A AUTORA:
Caroline Tenedini, 17 anos, faz parte do CTG Taquaruçu no município de Constantina, sendo dançarina e 1ª Prenda da Entidade. Iniciou no Movimento aos 14 anos, na invernada Mirim. Foi 1ª Prenda Juvenil 2016/2017 e 3ª Prenda Juvenil da 7ª Região Tradicionalista 2017/2018.
Desenvolvei o gosto pela declamação e pela oratória através das Cirandas, em virtude dos projetos, o que abriu portas para o ofício que faz hoje: ser radialista.